• Contaminação da água por metais radioativos em Caetité e Lagoa Real é investigada pelo MPF

    Foto: Marcelo Correa | INB Foto: Marcelo Correa | INB
    27/05/2019 - 16:23


    CAETITÉ

    Através de uma portaria publicada no último dia 21 de maio, assinada pelo procurador da República Adnilson Gonçalves da Silva, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento administrativo para investigar suposta contaminação de fontes de água por metais radioativos nas cidades de Caetité e Lagoa Real, no centro-sul da Bahia. Para início do processo foi considerado que as fontes que atendem comunidades rurais podem ter níveis de minerais radioativos acima do permitido. Além disso, o MPF ressaltou a necessidade de acompanhar os estudos para verificar “eventual relação deste fato com as atividades” das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB). O procurador solicitou ainda o acompanhamento e fiscalização de atividades das INB, “em especial quanto a eventual contaminação de fontes de abastecimento humano ou reservatórios de água pelas atividades de extração, transporte ou beneficiamento de urânio”. Além disso, foram encaminhados ofícios para as secretarias de Saúde dos municípios de Caetité e Lagoa Real, as quais devem informar, em 30 dias, se as fontes de água têm níveis de minerais radioativos acima do permitido para consumo humano. Em agosto de 2015, o jornal O Estado de São Paulo divulgou dados de laudos do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Ceped), órgão vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, os quais apontaram presença de 60 microgramas de urânio por litro de água, em Lagoa Real. O limite para consumo humano estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de, no máximo, 15 microgramas por litro. Na ocasião, o Governo da Bahia chegou a bloquear preventivamente o consumo de água na região onde foi comprovada a contaminação de água em um poço com urânio. Na oportunidade, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinaram a suspensão imediata do consumo da água dos poços da região.

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