CAETITÉ - O Colégio Estadual do Campo Pedro Atanásio Garcia (CECPAG), em Caetité, realizou nesta segunda-feira (31), o Projeto Empreendedorismo no Campo, que contou com a participação da comunidade escolar, alunos do 1º ano do ensino médio, em tempo integral, com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caetité STRC, com destaque para a Comunidade Quilombola da Vargem do Sal, que apresentou uma oficina de artesanato sobre o manejo da palha do coqueiro licuri. O SUDOESTE BAHIA (SB) conversou com Luciene Maria, que é coordenadora de igualdade racial e gênero do grupo de artesãs. Segundo Luciene, é muito importante a interação entre os estudantes e seu entorno social. “Vejo que é uma boa idéia da comunidade escolar perceber a importância de manter o contato com a natureza e não pensar só na possibilidade de um emprego, que notamos que o mundo está todo tecnológico com pouca mão-de-obra humana. E que esse projeto não fique restrito só na escola e, sim, faça com que os alunos conheçam mais a comunidade onde vivem, desde a criação dos pais até o modo de vida, a renda e os trabalhos sociais da própria localidade”, pontuou Luciene. Em relação à oficina, o manejo da palha do coqueiro licuri possui diversas etapas até o produto final, que vai desde a colheita de matéria prima até a comercialização. “Falamos um pouco desde a colheita da matéria- prima, a secagem, produção, variedade de trançado e o produto até a fase de comercialização. Com a organização do grupo de 31 mulheres, sendo apoiada pelos parceiros STR de Caetité, Cresol, Cootraf e Coomac, tivemos o conhecimento e valorização do artesanato que fazemos, fazendo também com que as mulheres se tornassem empreendedoras”, que explica a importância do artesanato como marca geracional. “O artesanato na comunidade acontece desde os nossos antepassados, e vem passando de geração em geração, basicamente a maior parte das famílias que vivem na localidade, a renda é adquirida pela produção do artesanato. Antigamente um chapéu custava entre R$ 0,25 e R$ 0,50. Já hoje, com a organização, estamos entregando a R$ 20 reais. Talvez, o preço ainda não seja o que achamos justo, mas sentimentos mais orgulho por fazer o que amamos, pois já está começando a ter reconhecimento nacional”, concluiu. Além da Comunidade Quilombola Vargem do Sal, o evento contou com a participação do presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Caetité, Jorge Santana, que exaltou a importância cultural das comunidades quilombolas. “Eles desenvolvem um trabalho ancestral de suma importância para preservação de um modo de vida, de uma forma de viver, da forma de diálogo com o mundo, pois cultura é legado”, afirmou Jorge.
20/01
carlos henrique