• MPF abre inquérito para apurar decisão de Weintraub que revogou cotas

    Foto: Marcello Casal Jr. | Agência Brasil Foto: Marcello Casal Jr. | Agência Brasil
    Por Kamille Martinho

    19/06/2020 - 07:00


    De acordo com o IBGE, os estudantes negros (pretos e pardos) são maioria nas instituições de ensino superior federais, estaduais e/ou municipais

    EDUCAÇÃO

    - A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF), no Rio de janeiro, vai apurar a legalidade da Portaria do Ministério da Educação nº 45, de 16 de junho de 2020, publicada no Diário Oficial da União. O ato, assinado por Abraham Weintraub, revoga a Portaria nº 13/2016, que estabelecia a necessidade de criação de políticas afirmativas nos cursos de pós-graduação. Em nota à Agência Brasil, o Ministério da Educação assinala que Portaria nº 13/2016 “foi revogada com base no artigo 8º, do Decreto nº 10.139/2019”, que obriga a anulação de normas “cujos efeitos tenham se exaurido no tempo”. Na nota o MEC acrescenta que a Lei nº 12.711/2012, em vigor, prevê a concessão de cotas e ações afirmativas exclusivamente para cursos de graduação. De acordo com o IBGE, os estudantes negros (pretos e pardos) são maioria nas instituições de ensino superior federais, estaduais e/ou municipais. Conforme os dados da pesquisa "Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil", divulgada no ano passado, o Brasil tinha mais de 1,14 milhão de estudantes autodeclarados pretos e pardos em 2018, enquanto os brancos ocupavam 1,05 milhão de vagas, respectivamente, 50,3% e 48,2%  dos matriculados na rede pública (total de dos mais de 2,19 milhões de brasileiros).

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