• Prefeito de Urandi reclama que Guanambi sobrecarrega Hospital Regional

    Foto: Marcos Oliveira | Sudoeste Bahia Foto: Marcos Oliveira | Sudoeste Bahia
    Por BNews

    28/05/2019 - 13:51


    SAÚDE

    O presidente do Consórcio Público Interfederativo de Saúde do Alto Sertão e prefeito de Urandi, Dorival Barbosa do Carmo (PP), denunciou, em entrevista ao site BNews, supostas irregularidades que acontecem no Hospital Regional de Guanambi (HRG), no centro-sul baiano.O consórcio, formado por 22 municípios baianos, é responsável por administrar a policlínica de múltiplas especialidades médicas, em Guanambi. A manutenção da unidade que recebe pacientes de baixa e média complexidade é compartilhada entre o Governo do Estado, que financia 40% dos custos, e também pelos municípios consorciados, que cobrem os 60% restantes, proporcionalmente à sua população. À reportagem, o prefeito esclareceu que os atendimentos prestados à população na policlínica são eficientes, no entanto, a insatisfação é grande com a gestão do hospital, que deveria receber apenas casos de alta complexidade médica. Segundo o gestor, sem Hospital Municipal, a cidade de Guanambi sobrecarrega a unidade de saúde. “O hospital funciona muito mais para atender uma demanda de Guanambi do que dos outros municípios. Guanambi representa 18% da população dos municípios que estão no consórcio, mas ocupa 60% dos leitos do hospital. As outras cidades têm dificuldade. Tem paciente morrendo porque as vagas estão sendo ocupadas por Guanambi que usa o Hospital Regional como Hospital Municipal”, reclama. De acordo com Dorival, a situação já foi discutida com o secretário da Saúde do Estado Fábio Vilas-Boas, no início do ano. “Não temos acesso ao hospital. O secretário não percebe isso. Ele não entende a problemática, quando acontece algo, os munícipes procuram o prefeito. Encaminhamos uma pauta para o governador Rui Costa e estamos esperando há mais de 15 dias o retorno dele. Nós não queremos conversar com Fábio, ele não entendeu e não resolveu o problema. Guanambi não tem onde internar um paciente com pneumonia, usa a infraestrutura do estado para resolver o problema deles”, dispara.

    Foto: Marcos Oliveira | Sudoeste Bahia
    Foto: Marcos Oliveira | Sudoeste Bahia

    Outra reclamação do presidente do consórcio é a demora para realização de cirurgias ortopédicas. “Tem paciente que fica esperando até 50 dias pelo procedimento. Pai de família que quebra a perna e fica 50 dias esperando a cirurgia. Nós não temos onde operar. Quando conseguimos, o Município tem que pagar pela cirurgia porque o Estado não está conseguindo resolver o problema”, pontua. Dorival também denuncia que há interferência política no sistema estadual de regulação. “Além do problema de a vaga demorar de surgir para um paciente nosso, por amizade, por interferência de político da região, conseguem dar um jeitinho e transferem o paciente. A vaga sai por intermédio político. Nós, os municípios, não estamos conseguindo transferir pela via normal”, denuncia. Ao ser questionado sobre quem seriam os envolvidos, o gestor afirma que não vai revelar nomes. “Não vale a pena falar”. O prefeito também pediu a nomeação de um nome técnico para direção do Hospital Regional. “Foi uma indicação política. A gente quer que os problemas sejam discutidos com o consórcio, que se coloque uma diretora que seja técnica, que tenha respaldo de todos os prefeitos. Enviamos uma pauta para antiga diretora, mas não tivemos resposta”, diz. Recentemente, a direção do HRG passou por mudanças. Após Maria das Graças Costa Cotrim pedir exoneração do cargo de diretora-geral, no fim do último mês, o Governo do Estado nomeou Paula Luísa Lima Melo para o cargo. O ex-diretor administrativo Dorisvaldo Lobo também pediu exoneração, depois de uma visita do secretário da Saúde. No último dia 15, Humberto Carvalho Júnior foi nomeado para a vaga. Outro lado: Procurada, a assessoria da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) informou que não procede a informação de que haja desassistência aos pacientes no Hospital Regional de Guanambi. Acrescentou ainda que todos são acolhidos e classificados de acordo com o risco, utilizando critérios internacionalmente estabelecidos. A Sesab também disse que não há interferência política na unidade, visto que todas as internações são controladas pela Central Estadual de Regulação. Além disso, a secretaria explicou que Guanambi é o maior município da região de saúde, com cerca de 20% da população, sendo natural, portanto, que a maior parcela do atendimento seja do município-sede. Leia a nota na íntegra.

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