• “Independente de quem seja o candidato de Ricardinho, na eleição de Livramento, não há favorito”, afirma marqueteiro

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    Por redação do Sudoeste Bahia

    07/11/2023 - 18:00


    Para o jornalista e marqueteiro político, Tiago Rego, as eleições de Livramento são historicamente polarizadas e, portanto, é difícil apontar um favorito.

    LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA

    - A menos de um ano das eleições municipais, Livramento de Nossa Senhora, no sudoeste da Bahia, ainda não possui pré-candidatos, no máximo ensaios de nomes. O grupo situacionista liderado pelo prefeito Ricardo Ribeiro (REDE), o Ricardinho, em seu segundo mandato, ainda não deixou claro se vai de Jânio Soares (REDE), seu fiel escudeiro, ou se lança a vice-prefeita Joanina Sampaio (PL). Do outro lado da corrida, a oposição, pouco organizada, parece que vai de Paulo Azevedo (União Brasil), ex-prefeito de Livramento (2012 - 2016), mas a dúvida ainda paira no ar. E, para entender melhor os bastidores da política da “Capital da Manga”, o SUDOESTE BAHIA (SB) entrou em contato com o jornalista e marqueteiro político livramentense, Tiago Rego, que por telefone, concedeu uma entrevista, mas de antemão afirmou que, devido o histórico de polarização do município, independente de quem sejam os candidatos, a disputa pela Prefeitura Municipal não possui favoritos. Confira a entrevista. 

    SB - Então quer dizer que na sua opinião, independente de quem seja o candidato do prefeito, você não arrisca a dizer que existe favorito pela Prefeitura de Livramento? 

    Tiago - Exatamente. Agora, se o candidato fosse o próprio Ricardinho, ele seria “favoritaço”, pois faz um segundo mandato bem melhor do que realizou no primeiro. Outro aspecto que o prefeito mudou bastante foi o uso das redes sociais. Ricardinho tem sido bem mais assíduo nas plataformas virtuais, onde sempre visita as obras do município, seu carro chefe de governo. Mas retomando sua pergunta, o candidato à reeleição, mesmo realizando um mandato regular, é sempre favorito devido ao peso da máquina, mas quando se trata de eleger um sucessor, a configuração muda, pois depende de outros fatores. 

    SB - Quais seriam estes fatores? 

    Tiago - Em primeiro lugar, a aceitação do próprio candidato dentro do grupo. Segundo, o nível de apelo popular do candidato, o quanto ele é conhecido. Em terceiro, mas com a mesma relevância do segundo ponto, o nível de rejeição do candidato, pois como a gente costuma dizer, alguns candidatos são muito “pesados” e, por isso, se perde muito tempo de campanha para torná-lo viável eleitoralmente ou pelo menos amenizar os seus pontos fracos. 

    SB - Mas o candidato do prefeito não é também da máquina? 

    Tiago - Sim, é. Mas agora temos de falar em capacidade de transferência de votos, entende? No caso de um bom mandato, o candidato do prefeito herda parte do eleitorado, os livros afirmam entre 35% a 40%, mas não existe consenso sobre isso, nem muito menos estudos mais conclusivos, pois política é muito subjetiva. 

    SB - Mas você afirmou que Ricardinho realiza um bom mandato, então por que seu candidato não é favorito? 

    Tiago - Olha, como eu disse anteriormente, pela capacidade de transferência de votos. Outro fator diz respeito ao histórico livramentense de eleições altamente polarizadas. Em Livramento é fácil identificar quem é eleitor da situação e quem é eleitor de oposição, pois a disputa se dá, de forma acentuada, no campo personalista. Daí, quem decide a eleição é o eleitor flutuante, ou seja, aquele que ora vota na oposição, ora vota na situação, mas tudo vai depender do momento e do calor da disputa. Ressalto novamente: as eleições de Livramento são extremamente polarizadas, por isso, independente de quem seja o candidato de Ricardinho, na eleição de Livramento, não há favorito, mesmo ele realizando um bom mandato. 

    SB - E como ganhar este eleitor flutuante? 

    Tiago - De diversas maneiras. Mas a mais eficiente é o demonstrativo de força da campanha. Uma boa campanha deve ser empolgante, animada, com muitos eventos e, por isso, o candidato que melhor souber fazer uso deste recurso, será aquele que mais vai atrair o eleitor flutuante. Lembrando que em política, além de ser competitivo, você precisa parecer bem mais competitivo do que realmente é, ou seja, a mobilização das massas deve ser sempre em nível mais alto possível. 

    SB - Como você avalia a gestão Ricardinho? Quais os pontos fortes, o que ele deixa a desejar? 

    Tiago - A primeira gestão deixou muito a desejar, mas seu segundo mandato, eu considero bom. Bom no seguinte sentido: a cidade está bem iluminada, o serviço de limpeza urbana tem sido eficiente, o número de ruas pavimentadas aumentou muito sob o comando de Ricardinho, sem contar nas estradas vicinais que estão recebendo devida manutenção, além do funcionalismo municipal  que está recebendo em dia. Em suma, Ricardinho tenta deixar o legado de prefeito trabalhador, obreiro, vetorizado pelo ótimo bordão de “o trabalho não para”,  e parece que a população está percebendo isso. Agora, sua gestão deixa muito a desejar no social, principalmente na área da saúde que é, com certeza, seu ‘calcanhar de Aquiles’. Eu costumo dizer, que Ricardinho é prefeito das coisas, mas ser prefeito das coisas também gera muita popularidade. 

    SB - Para finalizar, qual o candidato que você trabalharia na situação e qual o candidato você trabalharia na oposição? 

    Tiago - Olha, quando se trata da situação, você nem precisa ser do marketing para entender que Joanina seria uma candidata mais competitiva. Joanina tem uma trajetória de vida muito comovente, conquistou tudo que tem em Livramento, é uma pessoa simples, acessível, sem contar que possui trabalho social à frente Casa De Apoio Amigos Da Saúde (Caase), portanto, ela conseguiria tangenciar as críticas feitas pela oposição na parte social de Ricardinho. Já Jânio, é um candidato de pouco carisma, sem a trajetória de vida comovente de Joanina, que ao meu ver, o único trunfo que teria é ser o candidato do prefeito, nada mais. Portanto, a equipe de marketing teria um trabalho muito grande em torná-lo viável do ponto de vista da propaganda. Da parte da oposição, existem vários agravantes. Mas, se ela quiser vencer, terá que ir unida em torno de um único nome. E o nome que eu considero  mais adequado para este momento é o de Paulo Azevedo, dada a habilidade política dele. Paulo é extremamente cativante, de boa comunicação, sabe jogar o jogo da política, sabe disputar eleição e costurar acordos, e é extremamente conhecido, pois já foi prefeito. 

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