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  • Violência entre jovens: Reflexão urgente sobre educação, família e segurança

    Foto: Reprodução | Redes Sociais Foto: Reprodução | Redes Sociais
    Por Redação Sudoeste Bahia

    29/11/2024 - 08:00


    Os casos de agressão também são um reflexo da crise de valores e perspectivas que muitos jovens enfrentam hoje

    OPINIÃO

    - Os recentes episódios de agressão em Caetité e Guanambi, envolvendo jovens e adolescentes, expõem questões preocupantes sobre o papel da escola, da família e da sociedade na formação da juventude. Em Caetité, um estudante foi violentamente atacado próximo ao Ginásio de Esportes, enquanto em Guanambi um adolescente autista foi alvo de violência física por colegas dentro de uma escola. Esses casos, além de alarmantes, nos convidam a refletir sobre a necessidade de ações imediatas para proteger e orientar nossos jovens.

    A urgência de rondas escolares

    A presença ostensiva de rondas escolares é uma medida que poderia prevenir situações como essas. Com patrulhamento regular nas imediações das instituições de ensino, seria possível inibir a ação de agressores e promover um ambiente mais seguro para os estudantes. No entanto, essa solução não pode ser isolada: o reforço da segurança precisa vir acompanhado de programas educativos que abordem o respeito mútuo, a inclusão e a empatia, valores que parecem cada vez mais negligenciados.

    A segurança nas escolas não é apenas um problema das autoridades, mas uma responsabilidade coletiva. Cabe aos gestores municipais e estaduais fortalecerem políticas públicas que incluam equipes de proteção escolar bem preparadas, além de promoverem uma maior integração entre as comunidades escolares e os órgãos de segurança pública.

    O papel da escola e da família

    Esses episódios também revelam a fragilidade do diálogo entre a escola e as famílias. A educação, que deveria ser o espaço de convivência e aprendizado, tem se tornado palco de conflitos que muitas vezes começam fora dos muros escolares. Isso nos leva a questionar: o quanto a escola e os pais estão preparados para lidar com os desafios desta geração?

    É imprescindível que as escolas invistam em equipes multidisciplinares, compostas por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos, para identificar e tratar conflitos antes que eles resultem em violência. Paralelamente, os pais precisam estar mais atentos ao comportamento de seus filhos, promovendo um ambiente de diálogo e apoio em casa.

    O futuro dos jovens: O que estamos oferecendo?

    Os casos de agressão também são um reflexo da crise de valores e perspectivas que muitos jovens enfrentam hoje. Em uma sociedade cada vez mais conectada, mas emocionalmente desconectada, é essencial que instituições, como escola e família, ofereçam não apenas educação formal, mas também exemplos de cidadania, solidariedade e ética.

    O futuro desta geração depende diretamente das escolhas e ações que tomarmos agora. Proteger nossos jovens não é apenas garantir sua integridade física, mas também oferecer ferramentas para que eles construam relações saudáveis e respeitosas. Essa é uma missão que exige a união de esforços entre governo, famílias, escolas e toda a sociedade. Não podemos aceitar que a violência seja normalizada entre nossos jovens; precisamos agir, e agir rápido.

  • A maior vitória nas urnas de Caetité: o recado do eleitorado e a consolidação de Valtécio Aguiar

    Foto: Reprodução | Mozana Dantas Foto: Reprodução | Mozana Dantas
    Por Redação Sudoeste Bahia

    07/10/2024 - 15:00


    Com essa vitória histórica, Valtécio supera figuras políticas que antes pareciam imbatíveis em Caetité

    OPINIÃO

    - As urnas de Caetité falaram alto nas eleições municipais de 2024, e a mensagem enviada pelo eleitorado não poderia ser mais clara. Valtécio Aguiar (PDT) foi reeleito com a maior vantagem de votos da história do município, consolidando-se como a maior liderança política de Caetité. Com 64,68% dos votos, totalizando 21.835 eleitores a seu favor, a vitória de Valtécio não foi apenas um triunfo eleitoral, mas um marco que redefine o cenário político local.

    O adversário mais próximo, Zé Barreira (PCdoB), ficou em segundo lugar com 33,35% dos votos, ou seja, 11.257 votos, uma diferença esmagadora de mais de 10 mil votos. Já Wanderson Pimenta (PSOL), com apenas 1,98% dos votos (667 eleitores), reforçou que a disputa foi essencialmente polarizada entre as duas principais lideranças. Esse resultado deixa claro que o eleitorado de Caetité optou pela continuidade, pela confiança e pelo reconhecimento do trabalho realizado durante o primeiro mandato de Valtécio.

    Mas o que essa vitória nas urnas realmente significa? As urnas falam, e é essencial compreender essa mensagem. O eleitor de Caetité, ao votar maciçamente em Valtécio, indicou sua aprovação ao governo atual e rejeitou modelos antigos de liderança que não conseguiram se adaptar às novas demandas da população. O resultado expressivo não apenas reafirma o apoio ao trabalho já desenvolvido, mas também reflete um desejo por renovação e um afastamento de antigas lideranças que, outrora, dominaram a política local.

    Para a oposição, o momento pede uma profunda reflexão. Diante de uma derrota tão contundente, é evidente que o eleitorado de Caetité se desconectou de suas propostas e, em grande parte, rejeitou a visão de governo apresentada. Mais do que uma simples derrota nas urnas, esse resultado expõe a necessidade urgente de reorganização, de apresentar novas lideranças e, principalmente, de ouvir o que a população está dizendo com clareza: há um desejo de mudança e uma preferência por quem entrega resultados práticos, não apenas promessas.

    Com essa vitória histórica, Valtécio supera figuras políticas que antes pareciam imbatíveis em Caetité, como Zé Barreira, um nome consolidado e respeitado na política local. Ao conquistar essa margem esmagadora de votos, Valtécio não apenas assegura seu segundo mandato, mas também marca uma mudança de rota na política do município, firmando-se como a principal liderança da atualidade.

    Essa eleição vai além dos números. Ela revela que os eleitores estão atentos, conscientes e prontos para apoiar lideranças que trazem resultados, modernidade e comprometimento. O recado das urnas é claro: a continuidade de um trabalho bem-sucedido foi mais importante do que o retorno ao passado. As urnas, portanto, não deixam dúvidas de que Valtécio Aguiar, ao alcançar esse resultado, entra para a história política de Caetité com força, determinação e, acima de tudo, com o apoio legítimo de uma expressiva maioria da população.

    A oposição, por sua vez, deve reconhecer esse recado. É hora de repensar estratégias, renovar discursos e, sobretudo, reconquistar a confiança de uma população que claramente clama por eficiência, inovação e comprometimento real com o futuro da cidade. Caso contrário, corre o risco de continuar sendo uma mera figura decorativa no cenário político, enquanto Valtécio Aguiar consolida seu protagonismo.

    A vitória de ontem não é apenas um feito eleitoral; é uma mudança no curso da política de Caetité, onde a consolidação de Valtécio Aguiar como o maior líder político do município simboliza um novo capítulo, repleto de desafios, mas também de oportunidades para um futuro ainda mais próspero e inclusivo.

  • Fake News nas eleições municipais: uma ameaça à democracia

    Foto: Divulgação | CNJ Foto: Divulgação | CNJ
    25/09/2024 - 08:00


    Nas eleições municipais, onde o contato entre candidatos e eleitores tende a ser mais próximo, as fake news têm o poder de distorcer realidades e influenciar a escolha do voto de maneira perigosa.

    OPINIÃO

    - Com a aproximação das eleições municipais, o cenário político se torna cada vez mais conturbado, e um fenômeno alarmante ganha força: o surgimento de inúmeras fake news. Essas informações falsas, fabricadas e muitas vezes compartilhadas com a intenção de manipular a opinião pública, representam uma verdadeira ameaça ao processo democrático. Em tempos de redes sociais e comunicação instantânea, as fake news se espalham como fogo em palha, confundindo eleitores e criando um ambiente de desinformação.

    Nas eleições municipais, onde o contato entre candidatos e eleitores tende a ser mais próximo, as fake news têm o poder de distorcer realidades e influenciar a escolha do voto de maneira perigosa. A proximidade entre os candidatos e suas bases eleitorais facilita a disseminação dessas informações, muitas vezes promovidas por grupos que buscam apenas desacreditar adversários ou favorecer seus próprios interesses. Nesse contexto, a verdade é frequentemente deixada de lado, substituída por narrativas enganosas que podem determinar os rumos de uma campanha.

    O impacto das fake news é devastador. Elas podem destruir reputações em minutos, minar a credibilidade de boas propostas e confundir eleitores que, em vez de votarem baseados em fatos e na avaliação real dos candidatos, acabam sendo influenciados por boatos sem fundamento. O resultado? Eleições manipuladas, onde o voto não reflete a escolha consciente do eleitor, mas sim uma reação a uma mentira cuidadosamente planejada.

    O grande perigo das fake news é que, ao serem compartilhadas, muitas vezes não se verifica sua veracidade. Em poucos cliques, uma mentira pode se transformar em "verdade" na cabeça de milhares de pessoas, criando uma falsa percepção sobre candidatos, partidos ou propostas. A consequência disso é o enfraquecimento da democracia, pois a escolha do eleitor passa a ser moldada pela desinformação.

    É fundamental que, como eleitores, tenhamos a responsabilidade de verificar as informações antes de acreditar nelas ou compartilhá-las. Desconfie de notícias sensacionalistas, que buscam destruir reputações sem provas concretas ou que chegam sem fonte confiável. A verdade não se baseia em manchetes impactantes, mas em fatos comprováveis e verificáveis.

    Mais do que nunca, o combate às fake news é uma responsabilidade coletiva. Cabe a cada um de nós, eleitores e cidadãos, fazer nossa parte ao questionar, investigar e não propagar mentiras que podem prejudicar não apenas a campanha de um candidato, mas o futuro da nossa cidade. As eleições municipais são um momento crucial para decidirmos o que queremos para nossa comunidade, e essa decisão deve ser feita com base na verdade, não em manipulações e falsidades.

    Eleger o melhor candidato para a cidade é um ato de responsabilidade e consciência cívica, e isso só é possível quando estamos bem informados. Portanto, neste período eleitoral, mais do que nunca, pense antes de compartilhar. Não permita que as fake news definam o futuro da sua cidade.

  • Eleger candidato condenado por corrupção é "colocar a raposa para tomar conta do galinheiro"

    Foto: Divulgação | TSE Foto: Divulgação | TSE
    Por Redação Sudoeste Bahia

    23/09/2024 - 10:00


    Eleger alguém condenado por corrupção é assumir o risco de ver os mesmos problemas se perpetuarem: desvio de verbas, mau uso dos recursos públicos e, claro, a sensação de impotência frente a um sistema que parece nunca mudar.

    OPINIÃO

    - As eleições municipais de 2024 se aproximam, e com elas a responsabilidade dos cidadãos de escolherem representantes que realmente lutem pelo bem comum e pelo desenvolvimento da cidade. Mas, em meio às promessas e discursos populistas, surge um alerta importante: votar em candidatos condenados por corrupção é, como diz o ditado popular, "colocar a raposa para tomar conta do galinheiro". É permitir que quem já abusou do poder e desviou recursos volte ao comando, com todas as possibilidades de repetir os mesmos erros – ou até fazer pior.

    A corrupção é um dos maiores entraves ao progresso de qualquer sociedade. Quando elegemos pessoas com esse histórico, estamos não só legitimando a falta de ética e o desrespeito ao dinheiro público, mas também deixando a porta aberta para que os interesses pessoais prevaleçam sobre as necessidades da população. Afinal, quem já foi capaz de fraudar licitações, desviar verbas ou enriquecer às custas do povo, dificilmente agirá de forma diferente ao ocupar novamente um cargo de poder.

    É essencial que o eleitorado compreenda que um político corrupto não prejudica apenas a economia do município, mas também mina a confiança nas instituições e impede que os recursos públicos cheguem onde são mais necessários, como na saúde, educação e infraestrutura. E, no fim das contas, quem mais sofre com essa má gestão são os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.

    Portanto, ao analisar os candidatos, não se deixe enganar por discursos bonitos ou promessas mirabolantes. É crucial verificar o histórico de cada um, observar se já houve condenações ou envolvimentos em escândalos de corrupção e, principalmente, se essa pessoa realmente representa uma mudança positiva para a cidade. Lembre-se: votar em um candidato ficha suja é dar mais uma chance para que ele repita os erros do passado.

    O eleitor precisa estar consciente de que a responsabilidade de mudar a política começa com cada voto. Eleger alguém condenado por corrupção é assumir o risco de ver os mesmos problemas se perpetuarem: desvio de verbas, mau uso dos recursos públicos e, claro, a sensação de impotência frente a um sistema que parece nunca mudar. E isso é tudo que uma cidade que quer progredir não pode aceitar.

    Por isso, em 2024, vamos votar com responsabilidade, pensando no futuro da nossa comunidade e não apenas em promessas vazias ou vantagens imediatas. Lembre-se: colocar uma raposa para tomar conta do galinheiro é garantir que os interesses dos cidadãos sejam devorados pelas ambições de quem nunca demonstrou compromisso com o bem comum.

  • Escolher bem não é só sobre o prefeito: avalie também o vice e os apoiadores

    Foto: Reprodução | TSE Foto: Reprodução | TSE
    Por Redação Sudoeste Bahia

    18/09/2024 - 11:00


    Não basta escolher bem o prefeito: conheça também o vice e os apoiadores, e entenda se estão comprometidos com o bem da cidade ou apenas com interesses próprios.

    OPINIÃO

    - Em tempos de eleição, o eleitor tende a focar todas as suas atenções no candidato a prefeito, buscando entender suas propostas, histórico e trajetória política. No entanto, é crucial lembrar que a administração de uma cidade não se resume apenas ao prefeito. O vice-prefeito e as pessoas que estão ao lado do candidato, apoiando sua campanha, também desempenham um papel fundamental e podem influenciar diretamente os rumos da gestão. Por isso, o eleitor precisa ser criterioso ao avaliar toda a equipe que compõe essa candidatura.

    O vice-prefeito não deve ser escolhido apenas para preencher uma chapa. Ele será o substituto direto do prefeito em situações de ausência ou, em casos extremos, pode até assumir o comando da cidade em definitivo. Portanto, é necessário saber se o vice tem preparo, capacidade de liderança e, principalmente, se compartilha os mesmos valores éticos e compromissos com o bem público. Será que essa pessoa está preparada para gerir a cidade se for necessário? Ou foi escolhida apenas por conveniência política?

    Além do vice, os apoiadores também merecem atenção. Muitas vezes, quem está ao lado de um candidato carrega interesses próprios, não preocupados com o desenvolvimento da cidade, mas com benefícios pessoais ou ganhos políticos. Esses grupos de influência podem ser decisivos nas decisões que o prefeito irá tomar. Você já se perguntou se essas pessoas estão realmente comprometidas com o bem da população ou apenas com os próprios interesses?

    É fundamental olhar além das promessas de campanha e discursos ensaiados. Analise quem está apoiando a candidatura, quais são suas intenções e se essas pessoas têm um histórico de lutar pelo bem comum. Eleger um prefeito sem avaliar o contexto que o cerca pode levar a surpresas desagradáveis no futuro, e quem paga o preço dessas más escolhas é sempre a população.

    Portanto, antes de definir seu voto, avalie o conjunto da chapa e o círculo de apoio do candidato. Vote consciente, lembrando que uma cidade próspera e bem governada depende não só de um prefeito competente, mas de uma equipe alinhada e comprometida com os interesses da comunidade.

  • A vergonha da saúde pública: vagas para cirurgias como moeda eleitoral

    Foto: Divulgação | Sesab Foto: Divulgação | Sesab
    13/09/2024 - 18:00


    Enquanto esses políticos utilizam suas influências para furar filas e garantir favores eleitorais, a população mais vulnerável, que não tem acesso a esses privilégios, continua penando

    OPINIÃO

    - A crise no sistema de saúde pública é uma realidade dolorosa para milhares de brasileiros que enfrentam filas intermináveis por uma chance de tratamento. Em um cenário onde vidas dependem de vagas para cirurgias e consultas, o que deveria ser um direito básico se transforma em uma luta desesperada por atendimento. O que agrava ainda mais essa situação é o uso político dessas vagas, transformando o sofrimento das pessoas em moeda de troca eleitoral.

    Recentemente, em Caetité, um episódio chocante trouxe à tona essa prática vergonhosa. Um áudio atribuído à vereadora e candidata a reeleição, Maria da Serragem, vazado em um grupo de WhatsApp, revela a oferta de vagas para cirurgias em uma unidade de saúde pública, supostamente usadas para ganhar apoio político. A situação é alarmante: políticos utilizando seus cargos de influência para garantir votos, enquanto cidadãos comuns sofrem nas filas, muitas vezes sem perspectiva de atendimento.

    Foto: Reprodução | Vilson Nunes
    Foto: Reprodução | Vilson Nunes

    Esse caso não é isolado. Nas redes sociais, circulam prints do também candidato Alex Castro oferecendo vagas para cirurgias na Unacon, uma unidade de tratamento oncológico de grande importância para a região de Caetité. O fato de que vagas em uma unidade de saúde tão crucial estão sendo usadas como barganha eleitoral é uma afronta ao direito à saúde. O que deveria ser um sistema justo, onde os mais necessitados são atendidos com prioridade, está sendo manipulado em benefício de interesses eleitoreiros.

    Enquanto esses políticos utilizam suas influências para furar filas e garantir favores eleitorais, a população mais vulnerável, que não tem acesso a esses privilégios, continua penando. Pessoas que realmente precisam de tratamento ficam à mercê de um sistema falido, onde a saúde pública, já sobrecarregada, ainda precisa lidar com a corrupção moral de seus representantes.

    Essa prática é um absurdo em qualquer circunstância, mas se torna ainda mais grave em períodos eleitorais. A promessa de vagas em troca de votos não só desrespeita os princípios básicos de justiça e equidade, mas também reforça o ciclo de dependência e abuso de poder que impede o avanço de uma política transparente e justa.

    É necessário que a população tome consciência desse tipo de prática e exija responsabilidade de seus representantes. Além disso, é imperativo que o Governo do Estado da Bahia, o Ministério Público da Bahia e a Justiça apurem com rigor essas denúncias e, caso comprovadas, punam os envolvidos com o máximo de severidade. O uso de vagas para cirurgias como moeda de troca não pode ser tolerado. A saúde pública é um direito de todos, não um favor a ser distribuído em troca de apoio político.

  • Traição ou estratégia? A controversa possível aliança política em Caetité

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    Por Redação Sudoeste Bahia

    01/08/2024 - 10:53


    A aliança potencial entre cocás e jacus desafia a tradição política do município

    OPINIÃO

    - A notícia da possível união entre os grupos políticos liderados pelas famílias Oliveira e Ladeia em Caetité trouxe à tona um intenso debate entre os militantes e a população local. Os Cocás e os Jacus, como são conhecidos os simpatizantes de cada grupo, historicamente são adversários ferrenhos nas eleições municipais. No entanto, a divulgação dessa possível aliança, que aconteceu na noite de ontem (31) pelas redes sociais, provocou reações diversas, tanto positivas quanto negativas.

    A figura de Zé Barreira (PCdoB), pré-candidato à prefeitura de Caetité e representante do grupo Oliveira, ao receber o apoio do advogado Eder David e de Fabiane Públio, viúva do ex-prefeito Ricardo Ladeia, é o ponto central das discussões. Eder David, derrotado nas últimas eleições municipais, e Fabiane Públio, esposa de um dos maiores líderes políticos que o município já teve, Ricardo Ladeia, representam um passado de rivalidade política intensa.

    Ricardo Ladeia, que faleceu em 09 de outubro de 2016, poucos dias após ser derrotado nas urnas pelo candidato dos Oliveira, Aldo Gondim, deixou um legado marcante na política de Caetité. Seu lema, “Minha gente, o meu abraço”, ressoou nas campanhas eleitorais e em sua vida política. A derrota nas eleições, seguida de sua morte, foi um evento que marcou profundamente a cidade, agravado pelas provocações dos adversários que desfilaram com um caixão pelas ruas de Caetité.

    Além disso, a situação se complica ainda mais pelo fato de Eder David ser um dos autores das ações que recentemente condenaram Zé Barreira a mais de cinco anos de prisão por fraude em licitações. Além disso, Éder David é autor da ação de investigação judicial de processo número 0000001-50.2017.6.05.0063 que deixou Zé Barreira inelegível por 8 anos.

    Ricardo Ladeia, em vida, era um defensor ferrenho da moralidade na política e na gestão dos recursos públicos, o que coloca sua viúva e seu sucessor em uma posição delicada ao apoiarem um possível aliado político envolvido em escândalos.

    A possível união, no entanto, gira em torno de especulações baseadas em um áudio vazado do ex-vereador Julão Ladeia, onde ele expõe uma reunião realizada sem a sua presença entre os grupos, onde estaria sendo costurada a aliança. No áudio, são citados os nomes de Fabiane e da vereadora Maria da Serragem como possíveis nomes para ocupar a vaga de vice na chapa encabeçada por Zé Barreira. Adicionalmente, uma postagem de um pré-candidato a vereador aliado de Zé Barreira nas redes sociais, dando boas-vindas ao grupo dos Jacus, reforça essas especulações. Na imagem compartilhada, aparecem Eder David, Fabiane Públio e Zé Barreira, mas nem Fabiane nem Eder se manifestaram oficialmente sobre a possível aliança.

    Diante deste cenário, surge a pergunta que ecoa entre os eleitores e os militantes dos dois grupos: viver o presente ou respeitar o passado? A união entre os Cocás e os Jacus pode ser vista como um movimento estratégico para fortalecer a oposição ao atual governo municipal, buscando a superação de rixas históricas em prol de um objetivo comum. No entanto, para muitos, essa aliança soa como uma traição aos princípios e à memória de Ricardo Ladeia, cuja luta pela moralidade e ética na política sempre foi uma marca de seu legado.

    Os militantes dos dois grupos, possivelmente unidos, enfrentarão o desafio de conciliar essas divergências e de encontrar um caminho que respeite tanto o presente quanto o passado. A política é feita de alianças e concessões, mas é fundamental que esses movimentos sejam guiados por princípios e valores que não sejam esquecidos ao sabor das circunstâncias. A história de Caetité está sendo escrita a cada dia, e cabe aos seus protagonistas decidir como desejam ser lembrados no futuro.

  • Livramento: Lealdade ou pragmatismo? Eis o dilema de Ricardinho

    Foto: Reprodução | Sudoeste Destaque Foto: Reprodução | Sudoeste Destaque
    Por Tiago Rego | Jornalista

    17/08/2023 - 11:00


    Fontes próximas ao prefeito afirmam que Ricardinho possui nítida preferência por Jânio Soares

    OPINIÃO

    - “A escolha de Sofia” é uma expressão que invoca a imposição de se tomar uma decisão difícil sob pressão e enorme sacrifício pessoal, como a vista no filme homônimo de 1982 que valeu a Meryl Streep o Oscar de melhor atriz. Sempre que alguém está diante de um grande dilema, quando é necessário a tomada de uma grande decisão, é dito que a pessoa tem que fazer a tal escolha de Sofia. E é exatamente este dilema que vive hoje o prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Ricardo Ribeiro, o Ricardinho. Na segunda-feira (14), este colunista que vos escreve, esteve acompanhando a entrega de obras por parte do governo da Bahia, que contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, de lideranças políticas livramentenses e região, mas os olhos da plateia que prestigiava o prefeito estavam voltados para duas pessoas: Joanina Sampaio, vice-prefeita municipal, e Jânio Soares, que se segundo os próprios aliados de Ricardinho, é o conselheiro do gestor. No entanto, Jânio é bem mais do que um conselheiro. O que é sabido, é que Jânio é o principal responsável pela chegada do fruticultor à frente do poder Executivo livramentense. Em contrapartida, no pleito de 2020, em que Ricardinho foi reeleito, a permanência de Joanina no grupo situacionista foi fundamental, pois vale lembrar, que Sampaio chegou a ensaiar uma debandada, com direito a foto e tudo. No entanto, a vice-prefeita, que segundo ela mesma, seu cargo não servia para nada, ganhou luz própria.  Luz própria ao ponto de provocar um verdadeiro clarão nas ideias de Ricardinho. Ainda sobre o evento com Jerônimo, mesmo sendo uma coadjuvante, os holofotes se voltaram para a empresária, no momento em que Jerônimo citou o nome de Jânio, predileto de Ricardinho, segundo fontes ligadas ao prefeito, mas logo em seguinte disse: “queria uma salva de palmas para a vice-prefeita”, o que levou a plateia em uníssono bradar: “Joanina, Joanina, Joanina”. Há quem diga, que a voz do povo é a voz de Deus, ou melhor, como bem disse uma dessas figuras folclóricas de Livramento: “quando o povo quer, não tem jeito”. Mas enquanto Ribeiro; lança Jânio, seu braço direito, ou vai de Joanina? Eis o x da questão da “escolha de Sofia” entre lealdade e pragmatismo.

    Tiago Rego é jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, com certificações em marketing político e rede de afetos político. Colunista do site Sudoeste Bahia. 

  • Opinião: Por festejos juninos sem sertanejo universitário financiado com dinheiro público

    Foto: Ilustrativa Foto: Ilustrativa
    Por Tiago Rego | Jornalista

    14/06/2023 - 10:00


    "Cabe ao poder público, levando em conta o conceito de identidade cultural, fornecer subsídios para que a cultura da música nordestina, juntamente com seus costumes e tradições mantenham-se fortes"

    OPINIÃO

    - O mês de junho é, sem sombra de dúvidas, o mais nordestino de todos. E, claro, que isso se deve ao forró, música oficial dos festejos juninos. Portanto, o São João é a época do ano em que o Nordeste se afirma, mais do que nunca, enquanto potência cultura e, neste contexto, cabe ao poder público, levando em conta o conceito de identidade cultural, fornecer subsídios para que a cultura da música nordestina, juntamente com seus costumes e tradições mantenham-se  fortes. No entanto, o que tem se visto nos últimos anos, é um desvirtuamento das festas de São João, dada a enorme inclusão de artistas do gênero sertanejo, principalmente o tido como “universitário”. Quero deixar claro aqui, que não se trata de um repúdio ao estilo musical que é super popular e faz parte do modo de ser do brasileiro, mas sim, da defesa da identidade cultural. Entende-se por identidade cultural, costume, rito, celebração ou experiência que é típica de um povo. E neste contexto, o forró está para o São João assim como o samba está para o carnaval carioca, e é preciso que os administradores do dinheiro público entendam este expediente. Só para explicar, que não se trata de impor barreiras ao sertanejo, na semana passada, o cantor Flávio José, um dos grandes ícones da música de Luiz Gonzaga, fez uma reclamação mais do que justificável que seu show, em Campina Grande, na Paraíba, teve mais de 30 minutos diminuído, para ampliar a apresentação de Gusttavo Lima, ou seja, um verdadeiro acinte à cultura popular, e o que é pior: a iniciativa partiu da própria Prefeitura de Campina Grande. No contexto local, em Livramento de Nossa Senhora, o prefeito Ricardinho (PSD), anunciou com muito êxtase, que a dupla João Bosco e Vinícius será uma das atrações da Festa da Rua do Areião, que apesar de ter agradado uma parcela grande dos livramentenses, já que os cantores contam com uma grande base de fãs, do ponto de vista cultural, a escolha foi mal pensada. Portanto, diante do avanço do capital empresarial, que investe cifras milionárias com divulgação e até mesmo impulsionamento em rádios e serviços de streamings, formando praticamente um cartel musical, cabe ao poder público preservar a essência do São João e seu principal ativo: o forró. 

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Sudoeste Bahia. 

  • Opinião: Paredão! Uma maldita usina de barulho

    Foto: Will Assunção Foto: Will Assunção
    Por Jorge Sá

    21/02/2023 - 11:30


    "Mente em causa espúria, quem afirma que os que protestam contra os maléficos paredões, querem acabar com o Carnaval"

    OPINIÃO

    - Os paredões promovem desarmonia, incômodo, indecência e imoralidades por onde se instalam. Atrai turistas de baixo nível que deixam um rastro de baderna e imundície, não agregando valor que justifique o tormento do nosso povo pacato. Carnaval não é sinônimo de barulho.Uma definição apequenada e grosseira. Carnaval, nas cidades que preservam sua cultura, bons costumes e a população é definido por rica musicalidade, beleza, arte, fantasia, poesia, desfiles, bailes, máscaras, tradições populares, genuína alegria. Carnaval feito com arte, não atrai baderneiros, imundície, imoralidades, barulho, tormentos. Carnaval que preza as civilizadas tradições de seu povo, atrai turistas de bom nível cultural, social, econômico. Que deixam boa renda para todas as tias dos caldos, que preservam as casas alugadas, que valorizam nossa história e costumes, que sabem se divertir de forma respeitosa com o povo que os acolhe, deixando maior rentabilidade para a cidade, levando boa lembrança, bela imagem da nossa gente, da nossa querida e histórica Rio de Contas. Mente em causa espúria, quem afirma que os que protestam contra os maléficos paredões, querem acabar com o Carnaval. Mente quem diz que sem paredão e barulho, não existe carnaval. Os que protestam contra o criminoso e ilegal barulho dos paredões são pessoas, muitas pessoas, que desejam um carnaval de bom nível para nossa querida e histórica cidade. São pessoas de visão e que, verdadeiramente, amam Rio de Contas em toda sua grandeza histórica e cultural. CARNAVAL É CULTURA, NÃO É BADERNA! CARNAVAL É MUSICALIDADE, NÃO É BARULHO! DESEJAR UM CARNAVAL TRADICIONAL, CULTURALMENTE RICO, RESPEITOSO DAS NOSSAS TRADIÇÕES  É PROVA DE BOM GOSTO E AMOR POR RIO DE CONTAS! QUEM AMA, CUIDA E RESPEITA!

  • Opinião: Não há diálogo e tolerância para quem ameniza ou defende o nazismo

    Foto: Reprodução      Foto: Reprodução
    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    10/02/2022 - 17:00


    OPINIÃO

    - Em tempos de bolsonarismo, seus adeptos têm usado a garantia constitucional da liberdade de expressão para defender atrocidades costumeiras de sua já conhecida cartilha, como homofobia, racismo, gordofobia, misoginia, entre outros preconceitos que não condizem mais com estes tempos, pelo menos em tese. Porém, quando se pensa que já foi atingido o limite do impensável, vem um tal de Monark, apresentador de um podcast veiculado no YouTube, e simplesmente diz que deveria existir um partido nazista. O que mais chamou atenção, foi a naturalidade do rapaz, que ao que tudo indica sofre de problemas cognitivos, ao fazer estapafúrdia afirmativa, como se fala de uma torcida organizada ou de um bloco de escola de samba. Para quem não sabe da gravidade da declaração, o regime nazista liderado por Adolf Hitler, perseguiu e matou ao menos seis milhoões de judeus. É, sem sombra de dúvidas, o capítulo mais triste da história da humanidade. Após a afirmação do apresentador, de imediato, inúmeras marcas retiraram seus patrocínios do programa e alguns entrevistados pediram para que seus vídeos fossem apagados do canal Flow Podcast, o que resultou na demissão do youtuber. Para piorar, em seu pedido de desculpas, disse que estava bêbado e que defendeu a ideia de forma burra e, por isso, que as pessoas fossem tolerantes com ele. E como se não bastasse, logo após o episódio com o Flow, o ex-BBB Adrilles Jorge, que tinha uma espécie de quadro opinativo na Jovem Pan, fez uma falta simetria, recorrendo ao canhestro silogismo de sempre, sem qualquer referência histórica, em trazer à tona a existência do comunismo, na tentativa de justificar a existência de uma agremiação que se pautasse no ideário de Hitler. Por fim, ao se despedir no programa, Jorge realiza um aceno claramente nazista, em uma atitude zombateira. Mais uma vez, houve uma reação em massa das entidades da sociedade civil, e o falso jornalista foi desligado da Jovem Pan. Mas até onde vai o limite da liberdade? Existe liberdade absoluta? Até mesmo do ponto de vista filosófico, a resposta é não, principalmente quando se vive em uma sociedade em que suas relações são guiadas por princípios humanos que consistem em, acima de tudo, na existência do outro, independente de sua etnia, crença, origem e orientação sexual. Portanto, como bem disse o rapper Emicida, não existe conversa com nazista. Para nazista, é bicuda na boca e pronto! E que tanto Monark, como Adrilles, sejam julgados e punidos pelos seus atos, para que sirva de exemplo, pois já que não se pode eliminar a corrente de pensamento nazista, que seus acólitos sejam silenciados.

  • Opinião: Lula rumo ao Palácio do Planalto em 2022

    Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert
    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    14/01/2022 - 16:00


    OPINIÃO

    - A menos de 10 meses das eleições presidenciais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se consolida como líder absoluto em todas as pesquisas de intenção de voto, sendo que, muitas delas, apontam vitória do petista já no primeiro turno. É claro que, como diz o ditado, muita água ainda pode rolar embaixo da ponte. No entanto, no cenário eleitoral, Lula joga praticamente sozinho, dada a qualidade de seus adversários. De um lado, tem-se um presidente que desde o primeiro dia de mandato trabalha pela sua reeleição, porém, Jair Bolsonaro (PL) não entregou nada do que prometeu, com exceção do barulho feito por suas bravatas vazias, como comunismo, deus, família e ordem, que pouco ou nada mudam nada vida do brasileiro. Por isso, o desembarque de seu governo é cada dia maior, e até mesmo a Faria Lima  não aposta mais as suas fichas no ex-capitão e no seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Hoje, Bolsonaro se vale de uma minoria do eleitorado brasileiro, o chamado núcleo duro do bolsonarismo, no entanto, sem força o suficiente para garantir a sua permanência à frente do Executivo nacional. A chamada terceira via, ao que tudo indica, nem emplacou e nem vai emplacar nome nenhum, apesar do esforço quase hercúleo de alguns setores da imprensa brasileira em torno do nome do ex-juiz Sergio Moro (Podemos). Em favor de Lula, tem-se um passado glorioso, pois à época em que foi presidente, o ex-metalúrgico encerrou seu último mandato com 87% de popularidade. É claro que Silva terá que lidar com temas espinhosos, como corrupção e seu calcanhar de aquiles, a ex-presidente Dilma (PT). Porém, da parte de Bolsonaro, com um governo fracassado, atacar o governo Dilma não é a melhor estratégia, pois mesmo os piores anos de Dilma, foi melhor do que a gestão do ainda chefe do Planalto. E quando se trata de corrupção, um país assolado pela fome, pelo desemprego e por uma inflação de dois dígitos,  pouca relevância será dada para os candidatos que farão do discurso moralista sua ferramenta de marketing. A Lula, resta apenas esperar, pois a faixa presidencial está cada dia mais próxima do seu peito novamente. 

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Sudoeste Bahia. 

  • Em Moro, imprensa reedita Collor, mas sem a beleza, oratória, voz e simpatia do caçador de marajás

    Foto: Reprodução      Foto: Reprodução
    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    10/12/2021 - 12:00


    OPINIÃO

    - Em um dos seus clássicos, Cazuza diz vê o “futuro repetir o passado”. E é exatamente assim que a imprensa brasileira tem se comportado ao querer alçar o ex-juiz Sergio Moro, recém filiado ao Podemos, a condição de um novo salvador da pátria, o mesmo feito com Fernando Collor, que ficou conhecido à época como “caçador de marajás”. Apesar da similitude do mote moral de ambos, já que o ex-juiz de voz de taquara rachada tenta se vender como bastião impoluto do que há de mais moral e ético, do ponto de vista do marketing eleitoral, a diferença entre o ex-presidente Collor e Moro é simplesmente abissal. A começar pela própria composição de imagem, que no caso de Collor, tinha uma postura imponente e altiva, de voz firme e, por assim dizer, radiofônica, com um penteado sempre impecável, em suma, com uma aparência que fazia lembrar um galã de filmes italiano, enquanto Moro, em seus ternos desajustados, de estatura corporal pouco atrativa, além da voz, principal ferramenta de comunicação de um político, que faz lembrar, de fato, um pato, e o com o carisma semelhante a de uma azeitona fora do pote. Parâmetros estéticos à parte, o certo é que desde Collor, nunca se viu um frenesi tão grande em torno de um possível presidenciável por parte da grande mídia, que sem qualquer pudor e desfaçatez, está em campanha e torcida aberta por Moro. Nesta sexta-feira (10), por exemplo, a jornalista Eliane Cantanhêde, que é talvez a morista mais empolgada, escreveu no Estadão, que Moro pode ser mortal contra Lula no segundo turno, além de ter dito recentemente que o paranaense é a “nova onda”, que o segundo turno para Moro, ainda é algo que não pode ser visto no horizonte. Outro veículo de comunicação que também já abraçou a campanha do ex-chefe da 13ª vara de Curitiba, não podia ser outro, senão a Rede Globo. Em entrevista recente, Pedro Bial, que comanda uma espécie de talk show na emissora carioca, chegou a tecer loas a voz de pato de Moro, dizendo que estava melhor, já que o ex-toga está fazendo sessões com uma renomada fonoaudióloga. E para fechar com chave de ouro, a revista Veja, só falta mesmo pedir votos. Em uma de suas chamadas, quando mencionou uma pesquisa de intenções de voto para 2022, em que Lula vence no primeiro turno, com Bolsonaro em segundo lugar, com o dobro de intenções de voto para Moro, ocultou o protagonismo do líder ao ressaltar que Sergio Moro se consolida como aquilo que convencionou-se chamar de terceira via. Enfim, o agora político Moro, além de ser totalmente antipático aos olhos dos eleitores, com exceção dos bolsonaristas arrependidos e dos viúvos da Lava Jato, dada a sua falta de carisma, é raso em relação a conhecer os problemas econômicos do país, temática que deverá nortear o pleito de 22, quando disse que para resolver o problemas da pobreza e da economia, bastava criar empregos, mas sem especificar como, entre outras bravatas. No entanto, no que depender da torcida e empenho da imprensa brasileira, Moro e sua ‘conja’ já podem se preparar para mudarem para o Palácio do Planalto em 2023. 

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Sudoeste Bahia. 

  • Enem com a cara do governo Bolsonaro: desigual, branco, elitista e exclusivo

    Foto: Reprodução      Foto: Reprodução
    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    24/11/2021 - 14:00


    OPINIÃO

    - Havia uma suspeita em relação à prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021. Isso porque, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sinalizou ao cercadinho que o governo pretendia alterar o conteúdo da prova, o que o tornaria o certame “a cara do governo”. Mas a afirmativa do chefe do Palácio do Planalto, como sempre, não passou de uma bravata, embora temas como a pandemia do novo coronavírus e o Golpe de 64 não fizeram parte do escopo da prova. No entanto, apesar de bem elaborado, mesmo com a crise do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Enem de 2021 trouxe à tona a desigualdade social em que o Brasil está imerso. Portanto, se o Enem teve a cara do governo, foi por conta do menor número de inscritos da história, pela menor quantidade de negros entre os participantes, ou seja, o Enem de 2021 é majoritariamente branco e, por conseguinte, excludente. Um dos agravantes dessa triste realidade  educacional, diz respeito a falta de incentivos sociais por parte do Ministério da Educação. Vale lembrar que em governos passados, a taxa de inscrição era gratuita, bastando para isso preencher uma declaração de carência, benefício  este que foi eliminado já na gestão Temer. No Brasil da fome, da fila do osso, do desemprego em índice galopante e da volta da inflação de dois dígitos, a educação que deveria ser uma garantia constitucional, se tornou, mais do que nunca, um privilégio. 

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Sudoeste Bahia. 

  • No país do osso de primeira e de segunda, camarão se tornou caviar

    Foto: Reprodução      Foto: Reprodução
    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    17/11/2021 - 15:00


    OPINIÃO

    - Uma falsa discussão foi levantada nos últimos dias pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), numa dessas tentativas de desviar o foco de um dos assuntos mais alarmantes do Brasil do pai (Jair Bolsonaro) do parlamentar - a volta da fome. Isso tudo por conta de uma foto do ator Wagner Moura, que dispensa apresentações, que está no Brasil divulgando seu filme, Marighella. Na foto, o intérprete do Capitão Nascimento aparece saboreando um prato de vatapá, comida típica da culinária soteropolitana, que dentre seus ingredientes, contém camarão. Até aí tudo bem, mas o que incomodou o deputado, que é conhecido em Brasília pelo epíteto de “Bananinha” ou ainda “Dudu Bananinha", foi o fato de Moura saborear o seu quitute em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores  Sem Teto (MTST), que na pobre visão de Bananinha e seus asseclas, movimentos desta magnitude pregam a exaltação da pobreza.  Para Bananinha, aqueles que lutam por Justiça Social, distribuição de renda, o que inclui segurança alimentar, são chamados de socialistas ou comunistas e, portanto, não deveriam se render às ditas benesses do “inclusivo” sistema capitalista. Sendo que,  em um capitalismo saudável, todos os cidadãos deveriam ter acesso a camarão ou a qualquer outra iguaria. Bananinha ao cometer tamanha incongruência, não leva em consideração que o maior produtor de alimentos do mundo, responsável pela alimentação de mais de um bilhão de pessoas, no Brasil, a era Bolsonaro inaugurou a modalidade do osso de primeira e de segunda, dos ora rejeitados pés de galinha, que agora estão nas mesas das famílias, e do ovo como principal fonte de proteína. Mas a fila do osso, o banquete das famílias ao redor de sacos de lixo, homens desesperados gritando nas ruas por um prato de comida, nada incomoda a essa gente; o que incomoda mesmo é Wagner Moura, pois em um país de Bolsonaro, devastado pela fome, pela inflação e pelo desemprego, camarão virou caviar. 

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Sudoeste Bahia.