• Comunidade Quilombola Vargem do Sal apresenta oficina de manejo da palha em Caetité

    Foto: Jorge Santana    Foto: Jorge Santana
    Por Tiago Rego | Jornalista

    02/08/2023 - 10:00


    O manejo da palha do coqueiro licuri possui diversas etapas até o produto final, que vai desde a colheita de matéria prima até a comercialização

    CAETITÉ

    -  O Colégio Estadual do Campo Pedro Atanásio Garcia (CECPAG), em Caetité, realizou nesta segunda-feira (31), o Projeto Empreendedorismo no Campo, que contou com a participação da comunidade escolar, alunos do 1º ano do ensino médio, em tempo integral, com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caetité STRC, com destaque para a Comunidade Quilombola da Vargem do Sal, que apresentou uma oficina de artesanato sobre o manejo da palha do coqueiro licuri. O SUDOESTE BAHIA (SB) conversou com Luciene Maria, que é coordenadora de igualdade racial e gênero do grupo de artesãs. Segundo Luciene, é muito importante a interação entre os estudantes e seu entorno social. “Vejo que  é  uma boa idéia  da comunidade escolar perceber  a importância  de manter  o contato  com a natureza  e não  pensar só  na possibilidade de  um  emprego, que notamos que o mundo está todo tecnológico com pouca mão-de-obra humana. E que esse projeto não  fique restrito só na escola e, sim, faça com que os alunos conheçam  mais a comunidade onde vivem, desde a criação  dos pais até o modo de vida, a renda e  os trabalhos  sociais da própria  localidade”, pontuou Luciene. Em relação à oficina, o manejo da palha do coqueiro licuri possui diversas etapas até o produto final, que vai desde a colheita de matéria prima até a comercialização. “Falamos um pouco desde a colheita  da  matéria- prima, a secagem, produção, variedade de trançado e o  produto até a fase de comercialização. Com a organização  do  grupo de 31 mulheres, sendo apoiada pelos parceiros STR de Caetité, Cresol, Cootraf e Coomac, tivemos  o conhecimento  e valorização  do  artesanato que fazemos, fazendo também  com que as mulheres  se tornassem empreendedoras”, que explica a importância do artesanato como marca geracional. “O artesanato  na comunidade acontece desde os nossos antepassados, e vem passando de geração em geração, basicamente a maior  parte das famílias  que vivem na localidade, a renda é adquirida pela produção  do artesanato. Antigamente um chapéu  custava entre R$ 0,25 e R$ 0,50. Já hoje,  com a organização, estamos entregando a R$ 20 reais. Talvez, o preço  ainda não seja o que achamos justo, mas sentimentos  mais orgulho  por fazer o que amamos, pois já está começando a ter reconhecimento nacional”, concluiu. Além da Comunidade Quilombola Vargem do Sal, o evento contou com a participação do presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Caetité, Jorge Santana, que exaltou a importância cultural das comunidades quilombolas. “Eles desenvolvem um trabalho ancestral de suma importância para preservação de um modo de vida, de uma forma de viver, da forma de diálogo com o mundo, pois cultura é legado”, afirmou Jorge. 

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