• Sudoeste Bahia entrevista Débora Junqueira que fala sobre as mulheres na atual sociedade

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    Por Willian Silva

    08/03/2018 - 07:16


    DIVERSOS

    A nossa personagem de hoje é uma filha da terra, uma das pessoas mais conhecidas de Caetité. Débora Junqueira, 48 anos, devota de Senhora Santana, também é conhecida como “Débora da Radiolar” ou “Débora de Zé Dias da eletrônica”. Cabe aqui lembrar, que José Souza Gomes ou simplesmente “Zé Dias” (In memorian) trabalhou, até a sua passagem, por mais de 50 anos com eletrônica e suas vertentes. Débora é formada em Letras pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), mas não chegou a exercer a profissão por completo. “Eu fui professora por um curto período, quando estagiei por conta da Faculdade. Minha mãe é professora há muitos anos, mas nunca quis ser. Fiz vestibular porque todo mundo falava que tinha que fazer. Ai fui e fiz” conta Débora dando boas gargalhadas. Dona de uma personalidade forte e de uma tranquilidade ímpar, Débora nos conta como se tornou comerciante. “Meu pai trabalhava sozinho aqui. Depois meu irmão veio ajuda-lo por que, além de vender, ele trabalhava com os consertos de aparelhos eletrônicos. Meu irmão Ted me chamou para ajudar aqui, pois era muito grande o movimento e precisava de alguém para atender o balcão e comprar o que a loja precisava. E isso já dura quase 20 anos” conta. Ela confessa que sempre se apegou muito a figura do pai. Para aprender o ofício de Zé Dias, ela conta que sempre tirava as suas dúvidas com o pai, que sempre foi o seu suporte, tanto no comércio, quanto na vida.

    Quanto a sua vida pessoal, ela não entrou muito em detalhes, mas conta que ela não é uma pessoa muito sonhadora. “Não vivo de sonhos, vivo da realidade. Nunca planejei nada na minha vida. Meu pai era assim. Acredito que herdei isso dele. As coisas na minha vida sempre foram acontecendo e Deus foi me conduzindo. Já passei por muitas dificuldades na minha vida, mas sempre, em minhas orações agradeço a Deus por tudo e peço sabedoria para conduzir minha vida”. Perguntada se houve algo na sua vida que se arrependeu, ela é enfática. “Me arrependo de algumas coisas na minha vida. O que eu mais me arrependo de verdade é de não ter ouvido os conselhos do meu pai e da minha mãe. Meu pai não queria que eu me casasse. Ele queria que, tanto eu quanto meu esposo estivessem estruturados em todos os sentidos para depois casar”. Quanto aos dias atuais, ela fez um comparativo com o tempo passado, quando se trata da mulher. “No meu tempo, tanto eu quanto minhas irmãs tínhamos horário marcado pelo meu pai para chegar em casa. E apanhávamos se não cumprisse a determinação dele. Muitas vezes apanhei dele por isso. Hoje, as mulheres possuem muito mais liberdade e ir e vir, sem ter esses impedimentos que tínhamos no meu tempo.” Débora, como foi dito é casada e tem dois filhos: Pedro Henrique e Paulo Victor. Segundo ela, se fossem duas meninas criaria do mesmo jeito que ela foi criada e criou os seus dois filhos. “Sempre digo a meus filhos que sejam respeitosos, principalmente com suas namoradas. Puxo a orelha deles quando percebo que eles se excedem com elas. Imponho limites a eles. E se fossem duas meninas, não permitiria muita coisa que algumas mães permitem com suas filhas. As mulheres devem ser respeitadas e tratadas bem. O que vemos hoje são alguns casos que as mulheres apanham dos seus maridos e são tratadas como nada. Nunca permiti que me humilhassem ou me desrespeitassem” pontua. Débora é muito religiosa e ligada a Igreja Católica. Ela, junto com outras mulheres fundou na paróquia Senhora Santana o Movimento da Mulher Católica que acontecerá no dia 10 de Março as 17h, com saída da Praça da Catedral. Débora finaliza deixando uma mensagem a todas as mulheres: “A mulher apesar de ser frágil, ela tem que confiar em si. A mulher pode ser o que ela quiser. Uma mulher ela não pode querer se igualar ao homem em certos pontos, mas o mundo é da mulher e ela é tudo! O que seria do homem sem a mulher? Mesmo assim, o homem necessitando da mulher, ela tem que respeitar o seu marido e vice-versa, até mesmo porque, ele é o chefe da casa, mesmo ela trabalhando e ele desempregado, ele continua sendo o chefe da sua família. Mas isso tem que ser uma coisa equilibrada, um ajudando o outro. Para um bom andamento do lar e do casamento, a mulher tem que ser, acima de tudo, sábia.

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