• Dermatologista caetiteense* explica os riscos de bronzeamento de fita isolante sem os devidos cuidados

    Foto: Willian Silva | Sudoeste Bahia Foto: Willian Silva | Sudoeste Bahia
    Por Willian Silva

    04/02/2019 - 15:44


    SAÚDE

    O verão chegou e com ele o calor. Neste período em que estamos próximos do carnaval, uma parcela significante da população, incluindo mulheres na sua maioria, invadem as academias e os centros de estética em busca do “corpo de praia”. Só que existem alguns riscos que as pessoas ignoram e colocam a prova sua saúde com dietas milagrosas e procedimentos dermatológicos de origem duvidosa e com profissionais sem habilitação para tal, em sua maioria. Outro modismo que tem deixado os profissionais dermatologistas preocupados é o bronzeamento com fita isolante. Muita gente tem achado o procedimento bonito, porém a dermatologista caetiteense, doutora Karilena Fernandes, informa que há riscos neste tipo de bronzeamento tanto com luz solar quanto o de câmara. “As câmaras de bronzeamento foram proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, pois ficou comprovado o risco de câncer de pele a longo prazo, pois essas câmaras emitem radiação ultra violeta A, apesar desta não estar relacionada diretamente com queimadura solar, elas se relacionam, a longo prazo, a um potencial carcinogênico, ou seja a um risco de câncer de pele. Essas formas de bronzeamento, são forma de bronzeamento natural, pois utilizam a luz solar e o auxílio da fita isolante. Os riscos desse procedimento: Primeiro, eczema de contato, que seria uma alergia a fita isolante, podem aparecer bolhas, uma espécie de queimadura, e, além disso, os riscos pela exposição a luz solar principalmente nos horários nos horários inadequados que compreendem entre os horários de 10h e 16h, que é aquele momento que tem maior exposição de radiação ultravioleta B e radiação ultravioleta A. Tem todos esses riscos, principalmente quando não se faz o uso do filtro solar. Algumas empresas utilizam o filtro solar, mas muitas outras não fazem uso do filtro solar, as mulheres e os homens também, acabam se expondo ao sol sem a devida proteção e no horário indevido. Isso é totalmente contra indicado pelos dermatologistas” explica a dermatologista. Outro problema apontado pela profissional são os riscos de se fazer esses procedimentos por muitas vezes, o chamado “retoque da marquinha”. Segundo ela, a utilização recorrente desse método de bronzeamento pode acarretar em envelhecimento precoce da pele, rugas em longo prazo, manchas, pele mais espessa e sem viço e alteração do DNA das células da pele, ocasionando o câncer de pele. Apesar de não ser letal, de acordo com Karilena, eles geram um custo para o sistema público de saúde, caso venha ocorrer o câncer de pele. Durante a entrevista a dermatologista ainda falou sobre métodos seguros de bronzeamento, sem colocar a saúde em risco. Ela cita os autobronzeadores e os jatos de tinta, que são recomendados tanto pelos profissionais quanto assegurados pela Anvisa. Karilena ainda chama a atenção de quem necessita trabalhar exposto ao sol ou vai se divertir em piscinas e praia. “Tem alguns cuidados básicos que todos já conhecem, mas é importante frisar que seria o uso de chapéus e não boné, de preferência de aba larga, que cubra o rosto, pescoço e orelhas, uso de filtro solar, com um fator de proteção de, no mínimo, 30. Tem que lembrar de reaplicar o filtro solar a cada 2 horas, isso nos casos de quando não há imersão na água, pois quando há a imersão, tem que também lembrar de reaplicar pois, mesmo aqueles que são resistentes à água, eles saem, então que secar o corpo e reaplicar”, coloca a dermatologista. Confira a entrevista na íntegra. *A doutora Karilena Fernandes é membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e possui residência médica em Dermatologia no Hospital Federal de Lagoa – Rio de Janeiro. Ela atende na Clínica Vida em Caetité.

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