O conselheiro chefiou em 2011 o Ministério das Cidades, quando também era deputado federal pela legenda. “No contexto da Lava Jato foram identificados que partidos políticos tinham acesso à Petrobras com influência política nas suas diretorias, uma espécie de loteamento das diretorias, fazendo com que alguns diretores tivessem algumas vinculações com partidos. O PP tinha também essa participação na Petrobras junto à Diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa”, detalhou o vice-procurador-geral. Além disso, as investigações apontam para a participação dos diretores da Petrobras, em articulação com os partidos políticos, na movimentação dos recursos de propina resultante de contratos dirigidos a empresários, por intermédio de operadores financeiros. “E o operador financeiro do PP era o senhor Alberto Youssef”, completou Luciano Mariz Maia. Propina – Na denúncia, o MPF afirma que o deputado Pedro Corrêa foi o responsável pela aproximação entre Mário Negromonte e três empresários do setor de autopeças, com o objetivo de agilizar a implementação de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito sobre a exigência de dispositivos de monitoramento antifurto para automóveis. Como ministro das Cidades, Negromonte detinha a coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito. “Nesse contexto, Youssef mantém contato com Mário Negromonte e aproxima o ministro desses empresários. Desses encontros resulta o pedido feito por Mário Negromonte e Youssef, e ao mesmo tempo a promessa dos empresários, de R$ 25 milhões, para que houvesse a adoção no âmbito do Ministério das Cidades”, detalhou Luciano Mariz Maia. Desmembramento – Os ministros do STJ determinaram ainda o desmembramento da ação penal, para que os demais acusados sejam investigados na primeira instância, já que não detêm foro por prerrogativa de função.
20/01
carlos henrique