• Região: Moradores denunciam impactos ambientais durante construção de parque eólico

    Foto: Marcos Oliveira | Sudoeste Bahia Foto: Marcos Oliveira | Sudoeste Bahia
    10/07/2023 - 14:00


    Associações foram ao Ministério Público pedir pela suspensão de licenças concedidas pelo Inema

    REGIÃO

    - Moradores e ambientalistas querem que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) suspenda as licenças ambientais emitidas pelo Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) para a construção de um parque eólico no sudoeste da Bahia. O requerimento aponta que o projeto de implantação situado nos municípios de Urandi, Jacaraci e Licínio de Almeida está resultando na migração de aves e apresenta riscos para espécies ameaçadas de extinção, incluindo o macaco guariba ou bugio preto. Hoje, essa espécie vive em área preservada conhecida como Barragem do Guariba. As associações também alegam que, conforme consta em parecer técnico para a licença, o empreendimento atinge uma Área de Preservação Permanente de nascentes e rios das bacias hidrográficas do Rio Verde Grande e do Rio de Contas. "Mesmo que o processo burocrático do licenciamento ambiental considere a energia elétrica como de utilidade pública, é de utilidade pública ainda maior a segurança hídrica de populações humanas através da proteção das Áreas de Preservação Permanente de nascentes e rios, especialmente em municípios no semiárido, os quais já têm sofrido com a crescente escassez hídrica", ressalta trecho do documento. Licença alterada - A licença, concedida em 2015, teve ainda duas alterações após uma portaria de 2016 e outra de 2021. A portaria aumentou o tamanho da área afetada e mais que dobrou a quantidade de turbinas eólicas de 81 para 168, em 2016. Já em 2021, a quantidade de turbinas projetadas passou a 233, quase o triplo da quantidade de aerogeradores inicial. Os moradores defendem que, após essa alteração, seja realizado um novo estudo de impacto ambiental e audiências públicas. De acordo com o site da empresa responsável, PEC Energia, o Complexo Eólico teve um investimento de R$ 2 bilhões e a produção de energia será suficiente para abastecer uma cidade com 3,2 milhões de habitantes por um prazo mínimo de 20 anos. A empresa foi procurada, e não deu um retorno até a publicação da matéria. Procurado pelo Jornal da Metropole, o Inema não se posicionou até a publicação da matéria.

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