OPINIÃO - Os recentes episódios de agressão em Caetité e Guanambi, envolvendo jovens e adolescentes, expõem questões preocupantes sobre o papel da escola, da família e da sociedade na formação da juventude. Em Caetité, um estudante foi violentamente atacado próximo ao Ginásio de Esportes, enquanto em Guanambi um adolescente autista foi alvo de violência física por colegas dentro de uma escola. Esses casos, além de alarmantes, nos convidam a refletir sobre a necessidade de ações imediatas para proteger e orientar nossos jovens.
A urgência de rondas escolares
A presença ostensiva de rondas escolares é uma medida que poderia prevenir situações como essas. Com patrulhamento regular nas imediações das instituições de ensino, seria possível inibir a ação de agressores e promover um ambiente mais seguro para os estudantes. No entanto, essa solução não pode ser isolada: o reforço da segurança precisa vir acompanhado de programas educativos que abordem o respeito mútuo, a inclusão e a empatia, valores que parecem cada vez mais negligenciados.
A segurança nas escolas não é apenas um problema das autoridades, mas uma responsabilidade coletiva. Cabe aos gestores municipais e estaduais fortalecerem políticas públicas que incluam equipes de proteção escolar bem preparadas, além de promoverem uma maior integração entre as comunidades escolares e os órgãos de segurança pública.
O papel da escola e da família
Esses episódios também revelam a fragilidade do diálogo entre a escola e as famílias. A educação, que deveria ser o espaço de convivência e aprendizado, tem se tornado palco de conflitos que muitas vezes começam fora dos muros escolares. Isso nos leva a questionar: o quanto a escola e os pais estão preparados para lidar com os desafios desta geração?
É imprescindível que as escolas invistam em equipes multidisciplinares, compostas por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos, para identificar e tratar conflitos antes que eles resultem em violência. Paralelamente, os pais precisam estar mais atentos ao comportamento de seus filhos, promovendo um ambiente de diálogo e apoio em casa.
O futuro dos jovens: O que estamos oferecendo?
Os casos de agressão também são um reflexo da crise de valores e perspectivas que muitos jovens enfrentam hoje. Em uma sociedade cada vez mais conectada, mas emocionalmente desconectada, é essencial que instituições, como escola e família, ofereçam não apenas educação formal, mas também exemplos de cidadania, solidariedade e ética.
O futuro desta geração depende diretamente das escolhas e ações que tomarmos agora. Proteger nossos jovens não é apenas garantir sua integridade física, mas também oferecer ferramentas para que eles construam relações saudáveis e respeitosas. Essa é uma missão que exige a união de esforços entre governo, famílias, escolas e toda a sociedade. Não podemos aceitar que a violência seja normalizada entre nossos jovens; precisamos agir, e agir rápido.
22/10
Wilson Porto