• Atrações do Carnaval de Rio de Contas dividem opiniões nas redes: “nada a ver com Carnaval”

    Foto: Patrick Cassiano Foto: Patrick Cassiano
    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    03/02/2023 - 12:00


    Para a pesquisadora Amanda Medeiros, o carnaval baiano foi concebido por meio do axé e do pagode

    RIO DE CONTAS

    O Carnaval de Rio de Contas é, sem sombra de dúvidas, o mais tradicional da Região Sudoeste. A folia foi interrompida nos últimos dois anos em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Com o arrefecimento da Covid-19, por conta da proteção conferida pelas vacinas, turistas e riocontenses poderão matar a saudade da festa momesca. No entanto, apesar da empolgação, um assunto tem dividido a opinião daqueles que aguardam pela festa: as atrações musicais. Pelos artistas apresentados até o momento, fica evidenciado que a Prefeitura Municipal de Rio de Contas está atenta com as novas tendências musicais, como o arrocha, o techno funk, forró eletrônico, piseiro, entre outros gêneros similares, porém, para os carnavalescos clássicos, as atrações estão desvirtuando do evento. “Cadê o carnaval de verdade?”, questionou uma seguidora da página da prefeitura, enquanto outro afirmou que “isso pode ser tudo, menos Carnaval”. No entanto, também houve ampla aprovação das bandas e demonstração de muita expectativa para a chegada do festejo. E como o assunto é complexo, a redação do SUDOESTE BAHIA (SB) entrou em contato com a jornalista Amanda Medeiros, da cidade de Salvador, pesquisadora do tema, que afirmou que o Carnaval foi forjado no samba e no axé, na Bahia,  no frevo em Pernambuco, no samba no Rio, e, que, portanto, a essência musical, pelo menos em parte considerável, deve ser mantida. “Esta reclamação também tem acontecido aqui em Salvador. Muitos estão rejeitando artistas de outros estilos, como sertanejo e funk. Em relação a esta miscelânea de estilos, digamos assim, isso acontece, e muito, por força de uma ação mercadológica que se viabiliza por meio da evidencialização destes artistas em aplicativos de streaming, no YouTube, nas rádios e na TV. No entanto, é preciso que o Poder Público, principalmente os órgãos de Cultura, se atentem para o conceito de identidade cultural, pois da forma que está sendo feita, o evento, de fato, se desvirtua. Portanto, é impossível pensar em Carnaval em Pernambuco sem pensar em frevo, pensar em Carnaval do Rio sem o samba tradicional e, claro, não poderia ser diferente, na Bahia, com axé e pagode”, explicou a jornalista. O Carnaval de Rio de Contas terá início no dia 17 de fevereiro com término no dia 21. 

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