• Caetité: Morte de Juliano leva povo à rua por justiça: 'Era só alegria o nosso amigo'

    Foto: Jorge Santana | Sudoeste Bahia Foto: Jorge Santana | Sudoeste Bahia
    Por Larissa Almeida / Correio da Bahia

    10/12/2022 - 12:30


    Juliano de Brito Oliveira foi encontrado morto no último domingo (4)

    CAETITÉ

    - A morte do funcionário público Juliano de Brito Oliveira, de 42 anos, chocou a cidade de Caetité, localizada no Alto Sertão Baiano. Ele foi encontrado morto dentro de um prédio escolar em construção, no Bairro Rancho Alegre, na tarde do último domingo (4). Seu corpo foi identificado com sinais de violência, mas, de acordo com familiares e amigos, Juliano não tinha nenhuma inimizade. “Meu irmão era um cara trabalhador, um funcionário público decente, honesto, que tinha muitos amigos. Era uma pessoa de reputação ilibada. Ele foi brutalmente assassinado por motivos que nós ainda não conhecemos, e isso é o que mais comoveu a cidade inteira. Ele era uma pessoa muito querida e conhecida”, afirma a servidora pública Ana Karla Oliveira, irmã de Juliano. Após uma semana sem respostas, os amigos decidiram organizar uma caminhada para exigir justiça por Juliano. Realizada na manhã deste sábado (10), logo após a missa de sétimo dia do funcionário público, a mobilização teve como ponto de partida a Praça da Catedral, onde foi lido um texto feito pelos participantes em um carro de som. Líder da iniciativa, a oficial de justiça e amiga de Juliano, Myna Silveira, salientou a preocupação em não deixar que o crime fique impune. “Desde domingo, os amigos não têm notícias das autoridades, nem uma publicação a respeito de como andam as investigações. Nós não estamos entendendo o que está acontecendo. O inquérito policial só foi instaurado três dias depois e a autópsia do corpo só foi feita horas depois porque não tinha perito, então estamos muito preocupados de um crime brutal virar somente estatística”, relata. Segundo Myna, a morte de Juliano foi muito sentida porque ele era muito prestativo e amigável. Ela conta que ele participava de todos os eventos que era convidado na cidade e costumava dividir a atenção entre os amigos e a família, uma vez que era chefe de família e cuidava da mãe e da irmã desde que perdeu o pai e o irmão em um acidente trágico. “Não tinha nada para falar de ruim de Juliano, só tudo de bom. Era só alegria o nosso amigo”, resume.

    Foto: Jorge Santana | Sudoeste Bahia
    Foto: Jorge Santana | Sudoeste Bahia

    Além do ato nas ruas de Caetité, os vizinhos, familiares, amigos e outros moradores também estão se unindo nas redes sociais através da hashtag #JustiçaPorJuliano. A esperança deles é conseguir mobilizar o máximo de pessoas possíveis para obter respostas sobre o caso. Crime - O corpo de Juliano Brito de Oliveira foi encontrado com sinais de violência dentro de um prédio escolar em construção, na tarde do último domingo (4), na zona rural de Caetité. A Polícia Militar, assim que recebeu a notícia do ocorrido, se dirigiu ao local e encontrou o corpo de bruços, com muito sangue na parte de trás do crânio e um bloco com marcas de sangue ao lado. O Departamento de Polícia Técnica foi acionada para periciar o local e o crime passou a ser investigado com tipificação de latrocínio, uma vez que a motocicleta, celular e carteira da vítima foram levadas. No entanto, a moto foi localizada dentro da própria cidade a aproximadamente 3 km do local e, com isso, familiares e amigos passaram a contestar a versão de latrocínio. Segundo João Carlos Aguiar Soriano, advogado da família, Juliano foi visto pela última vez por volta de 22h em um aniversário com amigos. O advogado ainda relatou que a polícia informou que três indivíduos teriam se encontrado com ele na noite de sábado para domingo. Dois desses indivíduos teriam sido conduzidos para a delegacia, onde prestaram depoimento e foram liberados por não haver flagrante. Para o advogado da família, os depoimentos trouxeram ainda mais suspeitas. “Como está em sigilo as investigações, eu posso adiantar apenas que há muita contradição nos dois depoimentos. Ainda não sabe a motivação, inicialmente o crime está sendo investigado como latrocínio, mas não podemos afirmar se foi latrocínio, homofobia ou outra motivação, só quando os policiais encerrarem as investigações”, ressalta. A reportagem contatou Joseberto Ribeiro Cruz, delegado responsável pelo caso em Caetité, que afirmou não ter identificado nenhum suspeito. Perguntado sobre avanços nas investigações, o delegado afirmou que o inquérito corre em sigilo e que, portanto, não daria informações a respeito dos desdobramentos. A Polícia Civil informou que diligências, oitivas e demais providências de polícia judiciária estão sendo adotadas para identificar e prender os autores.

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