• Queijeiro de Caetité, com produção de mais de 50 tipos de queijos, se torna destaque mundial

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    30/09/2022 - 07:00


    CAETITÉ

    - O açougueiro que se tornou queijeiro e tem produtos que ganharam o mundo. Jair Novais, empreendedor do município de Caetité, viu os negócios deslancharem nos últimos anos com a produção de queijos curados e mofados. Seus produtos foram premiados no Concurso Mundial de Queijos, em São Paulo, e no Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (Enel), em Vitória da Conquista. O empresário lembra que toda a sua história começou ainda em Minas Gerais, onde ele atuava como açougueiro e aprendeu a fazer queijos com um amigo. Depois de se mudar para Caetité, no Sudoeste baiano, onde mora com a esposa e as filhas, ele decidiu começar a investir no negócio de queijos. “Estava difícil fazer o negócio dar certo, não tinha dinheiro pra investir, enfrentei muitas dificuldades. Comecei fazendo um queijo trufado de goiabada e, depois, parti para os queijos curados. Um dia, um cliente meu, advogado, comprou o queijo e postou em um grupo com colegas do estado e do Brasil. Vários clientes foram na feira em busca daquele queijo amarelo, e aí a produção do queijo curado disparou. Comecei a agregar valor ao produto. Um queijo que era vendido por apenas R$ 10, foi pra R$ 20, R$ 30 e, hoje, esse produto custa R$ 45 e o pessoal sempre está procurando”, relembra o empreendedor. O empresário decidiu então seguir investindo no negócio. Começou a processar 400 litros de leite por dia e abriu uma loja. “Clientes de outros estados começaram a procurar nossos produtos. E aí veio mais um desafio: iniciamos a produção de queijos mofados. Em nossa região, temos um clima propício para esse tipo de queijo. Até então, eu produzia na cozinha da minha casa, mas dei mais um passo e construí uma pequena queijaria. Hoje, tenho uma casa para produzir meus queijos”, afirmou. Hoje, a queijaria Tradição é ponto certo em Caetité para quem visita o município. “Comecei a produzir mais de 50 tipos de queijos. De um simples queijo para café, que custa R$ 7, até um que custa R$ 400 por kilo. Caetité faz parte da identidade do meu queijo e não pretendo sair daqui”, afirma o queijeiro. Parceria com o Sebrae e premiações - Durante o mês de junho de 2022, com as divulgações do Enel, o analista do Sebrae Ridson Sales foi até a queijaria Tradição para divulgar o concurso de queijos que aconteceria no evento. “Eu o procurei para mostrar a oportunidade. No início, ele teve receio, enxergava o Sebrae não como entidade de apoio, mas de fiscalização, então conversamos bastante e eu expliquei o nosso trabalho. Ele se inscreveu e teve esse êxito, com medalhas de ouro e prata”, relembrou o analista. O Enel também forneceu a oportunidade de um suporte direto com profissionais do Ministério da Agricultura (Mapa). “Durante o Enel, Jair também nos solicitou suporte em relação ao selo de inspeção, já que ele tem dificuldades em Caetité por causa da falta de leis municipais específicas. Nós o levamos até os profissionais do Mapa, que se sensibilizaram com a história e ofereceram apoio para que o município tenha o selo e ele possa ter a certificação”, complementa Ridson. Além do suporte e premiações no Enel, por meio do Sebrae, o produtor teve a oportunidade de participar do Concurso Mundial de Queijos, em São Paulo, neste mês de setembro. A queijaria Tradição conquistou medalha de ouro com o queijo Manga Rosa e bronze, com o queijo Azulzinho do Sertão. “No Enel de Conquista, ganhei destaque. Depois do evento, conquistei bastante mercado. Queijarias renomadas de outros estados estão sempre em busca dos nossos produtos. Agora, em setembro, tive um prazer enorme de estar participando com grandes produtores nacionais e internacionais e, com muito orgulho, levei o nome da minha cidade, Caetité, para o Concurso Mundial de Queijos. Pra mim, foi muito gratificante participar desse concurso porque, além do reconhecimento, o aprendizado é muito grande”, concluiu o queijeiro.

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