• Varíola dos macacos: Veja os principais cuidados

    Foto: CDC | BRIAN W.J. MAHY Foto: CDC | BRIAN W.J. MAHY
    Por Leon Ferrari

    10/08/2022 - 08:00


    Como proceder em caso de diagnóstico positivo

    SAÚDE

    - A maioria das pessoas com a varíola dos macacos provavelmente vivenciará um quadro leve e poderá ser tratada em casa, conforme o Ministério da Saúde. No entanto, esses pacientes precisam ter alguns cuidados para evitar a propagação do vírus e também complicações do quadro. Isolar-se de familiares e pets, não coçar as erupções cutâneas e evitar o uso de lentes de contato são alguns deles. Não há um tratamento específico, mas alguns antivirais utilizados para tratar a varíola humana (smallpox) e outras doenças podem ser indicados para pacientes com quadros graves. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o período de incubação – intervalo entre a infecção e os sintomas – da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias. A pessoa não pode transmitir a doença durante essa fase, segundo os Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.

    Normalmente, a incubação é seguida de um período chamado de prodrômico, quando o paciente apresenta um conjunto precoce de sintomas, como febre, sudorese (suor), dor de cabeça, mialgia (dor muscular) e fadiga. Cerca de 1 a 3 dias após o aparecimento da febre, surgem as erupções cutâneas. A orientação dos especialistas é que, ao perceber uma erupção cutânea, a pessoa busque teste, em laboratórios privados ou em unidades de saúde públicas. Às vezes, as lesões lembram espinhas e pelos encravados. Conforme o Ministério da Saúde, o Brasil indica apenas testes de biologia molecular para diagnóstico da doença. A análise é feita de amostras das feridas coletadas por swab (bastão). Caso o resultado seja positivo, a recomendação do Ministério da Saúde é de que o paciente se mantenha em isolamento até o desaparecimento das lesões. A casca da ferida deve ter caído e a reepitelização (“nascimento” de pele “nova”), ocorrido. A principal forma de transmissão da doença no atual surto, por ora, parece ser o contato físico íntimo, pele com pele, com a lesão. De acordo com o CDC, os sintomas da doença podem incluir, além das erupções, febre, dor de cabeça, dores musculares e dores nas costas, linfonodos inchados, arrepios, exaustão e manifestações respiratórios (por exemplo, congestão nasal ou tosse). Na maioria dos casos, eles desaparecem por conta própria dentro de 2 a 4 semanas (doença autolimitada). Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos casos é leve e pode ser tratada em casa. Os especialistas ouvidos pelo Estadão indicam que essas pessoas precisam ser acompanhadas por profissionais de saúde e ter uma série de cuidados. Isolamento de pets e familiares - Quando tratada em casa, a indicação é de que a pessoa fique isolada de familiares e também de pets, especificamente mamíferos. O afastamento dos animais de estimação é uma precaução. Isso porque qualquer mamífero, conforme o CDC, pode ser infectado pela doença, no entanto, ainda não se sabe se humanos podem infectar animais. Os especialistas temem que a doença encontre um hospedeiro animal fora da África. “Se isso for possível, nós teremos grande dificuldade de controle”, alerta a infectologista Raquel Stucchi, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Cuidados com as lesões - Para evitar a propagação do vírus e o espalhamento das feridas alguns cuidados, como não coçar as lesões e não depilar as áreas do corpo cobertas por elas, são necessários. Por isso, a higienização frequente das mãos é recomendada. “Tem que manusear com cuidado e fazer uma boa higiene das mãos, das unhas, enfim, evitar que as lesões possam se espalhar ainda mais”, orienta Spilki.

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