“Jerônimo tem um desempenho bastante estimulado pela transferência de votos do Lula e do Rui Costa, duas figuras políticas com muito boa aprovação na Bahia. Ocorre uma associação direta ao PT. Ele [Jerônimo] é menos conhecido do que ACM Neto, por exemplo. Mas você saber que ele é do PT ou não pode fazer uma diferença maior do que para o ACM Neto você saber se ele é ou não do União Brasil, porque o PT tem um nível de preferência partidária que o União Brasil não tem”, explica Roman. Por outro lado, ele avalia que ACM Neto pode se beneficiar pelo “voto útil” dos eleitores de Bolsonaro. “Por mais que João Roma esteja mais alinhado com Bolsonaro, ele não consegue ser associado diretamente a Bolsonaro por causa do nome do partido, que não é conhecido. Então, essa rivalidade entre o grupo de Neto e o PT pode fazer os eleitores bolsonaristas, do ponto de vista estratégico, enxergarem mais chances de Neto se eleger governador”. Roman acrescenta que a eleição ao Governo da Bahia guarda diferentes motivações em relação ao plano nacional. “É bastante interessante no contexto da Bahia, diferente de outros estados, porque estamos falando não tanto de uma briga de rejeições. No caso nacional, entre Lula e Bolsonaro quem tiver menos rejeição vai ganhar. Mas, no caso da Bahia, é mais uma briga de níveis altos de aprovação. ACM Neto tem uma boa imagem, é conhecido e o fato de ter uma rejeição baixa é muito bom para ele. Mas o Rui Costa e o Lula também têm uma boa imagem e vão tentar ao longo da campanha transferir votos para o Jerônimo. Nesse processo, a tendência é essa transferência andar bem e Jerônimo crescer cada vez mais”, pondera. Segundo turno: A pesquisa também fez uma simulação de segundo turno entre os três pré-candidatos mais bem colocados. Num primeiro cenário, Neto venceria Jerônimo por 47% a 33,7%. Contra Roma, a diferença seria maior, de 51,5% a 17%. No terceiro cenário, entre Jerônimo e Roma, a pesquisa aponta vitória do petista, com 40,7%, contra 19,7% dos votos de Roma. Na avaliação do CEO da AtlasIntel, ACM Neto tem uma grande vantagem, mas não a maioria dos eleitores. “É um vantagem construída com alto nível de indecisos. No momento em que esses indecisos vão se decidindo pela frente, essa vantagem que ele tem pode se manter, se ele fizer uma excelente campanha, ou pode diminuir. Eu diria que, mesmo ele fazendo uma bela campanha, a tendência é essa vantagem diminuir por conta desse nível muito grande de desconhecimento dos outros candidatos. Então, provavelmente, o que a gente vai ver é uma diminuição dele tanto no primeiro quanto num eventual segundo turno. Mas, é muito importante pontuar que ele tem amplo espaço para continuar na frente mesmo que os outros candidatos melhorem o desempenho”, destaca. O AtlasIntel também sondou os eleitores sobre a disputa presidencial. O pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vence com folga na Bahia, com 64,8% dos votos, contra 23,1% que preferem o presidente Jair Bolsonaro (PL). Senado: Já a corrida eleitoral pelo Senado é liderada por Otto Alencar (PSD), com 31,9% da preferência do eleitor, seguido por Raíssa Soares (PL), que tem 15,8%. Em terceiro lugar está Cacá Leão (PP), que obteve 5,8%, quase a mesma porcentagem conquistada por Tâmara Azevedo (PSOL), que foi de 5,7%. Na quinta posição, Marcelo Nilo (Republicanos) somou 3,3%. Votos brancos e nulos foram 14,3%. Aqueles que não souberam responder representam 23,3%. As informações são do Jornal A Tarde.
20/01
carlos henrique