• Aprendemos tão pouco com 2021, o que nos faz pensar que 2022 será diferente?

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    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    06/01/2022 - 16:00


    Do ponto de vista individual, realização se tornou sinônimo de consumo. A palavra sucesso, que em sua gênese significa fazer acontecer, adquiriu a conotação de pertencer a uma cadeia consumista

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    - Toda virada de ano traz junto consigo uma profunda reflexão. Ou pelo menos deveria trazer. É o momento em que as pessoas fazem uma espécie de balanço de seus atos, com o objetivo de melhorar aquilo que não foi satisfatório, para evoluir no ano seguinte. É claro que as lições das experiências podem ser aprendidas e, com isso, a a adoção de novas práticas em qualquer época do ano, mas, nós seres humanos, necessitamos do chamado marco zero. Não por acaso, a maioria das metas começam no início da semana, do mês ou do ano seguinte. E por falar em ano, no caso do Brasil, 2022 promete ser um ano pra lá de quente. Não quente no sentido climático, caloroso no que diz respeito aos eventos que se avizinham. É ano de Copa do Mundo e de eleições. É claro que no caso da primeira, em cada torneio, os brasileiros têm se importado menos, ou seja, a torcida pela Seleção Brasileira já não tem a mesma dedicação de outros tempos. 22 também será o terceiro ano de pandemia no país. Portanto, apesar da vacinação ter avançado significativamente, o ‘velho normal’ parece que vai ter que esperar um pouco mais. E foi justamente com este cenário pandêmico, que os mais diversos agentes sociais afirmaram que a humanidade iria passar por um grande rompimento, no sentido de ressignificação de valores. Ledo engano. Virada mesmo, só ano. O ano novo já nasce com tons do que é há de mais velho e arcaico. A homofobia ainda é prática reinante no Brasil, o racismo estrutural não para de mostrar a sua cara, e o machismo rege as relações sociais de um patriarcado caduco e falido, dentre outros arcaísmos. Do ponto de vista individual, realização se tornou sinônimo de consumo. A palavra sucesso, que em sua gênese significa fazer acontecer, adquiriu a conotação de pertencer a uma cadeia consumista. Quanto mais cara é esta cadeia, mais o consumidor é considerado uma pessoa exitosa. E as redes sociais estão aí para servir de vitrine desta farsa consumista. Em nome da guerra híbrida que nos domina, é necessário estar no ‘point’ do momento, no lugar mais badalado, rodeado de gente ‘bonita’, com a roupa que é a última tendência em Nova Iorque,  Paris ou Miami. Enfim, não aprendemos nada  e não ressignificados nada. No mais, tudo não passa de  frases demagógicas de coaches que são exibidas nos stories do Instagram.

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