• Com uma pandemia ainda em curso, festa de réveillon e carnaval são manifestações histéricas da insensibilidade coletiva

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    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    02/12/2021 - 14:00


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    - Graças a robustez do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), aos esforços do governador João Dória (PSDB), de uma CPI no Senado Federal, da pressão da sociedade civil organizada e da imprensa, o expediente negacionista e anticientífico no que tange à pandemia, por parte de Jair Bolsonaro et caterva, se desdobraram ao bom senso. Com isso, podemos dizer então, que mesmo com atraso, que custou a vida de milhares de pessoas, a vacinação no Brasil é um sucesso. Êxito este que é refletido nas ruas, pois mesmo com a pandemia ainda em curso, paira uma sensação de tranquilidade na população, em que boa parte já abandonou as máscaras, estão realizando encontros, o público já voltou aos estádios de futebol e demais eventos, embora este comportamento seja um tão pouco displicente. O certo é que a pandemia chegou em um estágio de fadiga, a ponto de nem mesmo uma nova variante provocar medo nas pessoas. E esta realidade vai de encontro daquilo que se chamou de “novo normal”, ou seja, todos nós sabemos do que o vírus é capaz, mas admite-se conviver com ele, criando novos hábitos e remodelando os ritos sociais. Mas não, o que prevaleceu mesmo foi a força do ‘velho normal’, pois é muito difícil para uma sociedade incorporar novos hábitos e abandonar os velhos. Um exemplo claro dessa premissa, é a histeria da insensibilidade coletiva em torno da realização das festas de réveillon e do nosso famigerado carnaval, enquanto a ameaça da Covid-19 ainda está entre nós. E não venham com essa, “ah, mas Claudia Leitte, João Gomes e Daniela Mercury já estão fazendo suas festas.” Sim, no entanto, uma coisa é um evento particular em que as pessoas assumem os riscos, com exigência de comprovante de vacina e realização de testes rápidos, outra coisa é uma decisão no âmbito da administração pública que coloca milhões de pessoas na rua, com predisposição a troca de fluídos e otras cositas más, se é que me entendem. 

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