Freire destacou que a tecnologia de enriquecimento isotópico do urânio pelo processo da ultracentrifugação tem importância estratégica para o Brasil, por ser uma tecnologia de ponta, dominada por poucos países. “A nossa expectativa é concluir a primeira etapa até o final de 2022. Em seguida, o desafio será a implantação da Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio, a UCEU, que prevê a instalação de 30 cascatas de ultracentrífugas. Quando todas estiverem em funcionamento, seremos autossuficientes na produção de urânio enriquecido. Ou seja, a INB será capaz de suprir, com produção nacional, a demanda das usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3”, finalizou. Na sequência, o ministro de Minas e Energia enfatizou a importância da autoestima para a superação e concretização de realizações como a inauguração da 9ª cascata de enriquecimento de urânio da INB e ressaltou a importância da força de trabalho, dos colaboradores, conselhos fiscal e de administração nesse processo. “Vocês conseguiram isso superando desafios que já vem de anos e também mais de 700 dias de pandemia. Isso a meu ver é motivo para orgulho e autoestima”, disse. Bento ressaltou que a INB é uma empresa estratégica para o Brasil e tem vantagens competitivas em relação a outros países do mundo em relação a energia nuclear. “Nós temos grandes reservas de urânio no país, mineral fundamental para a fabricação do combustível nuclear, nós dominamos a tecnologia de combustível nuclear e somos um país que tem necessidades energéticas muito grandes por ser um país continental”, destacou. O ministro enfatizou a energia nuclear como fundamental para a transição energética do mundo. “E o Brasil poderá cooperar muito com a comunidade internacional, por essas características que têm: pela tecnologia que domina, pelas reservas minerais que possui e também por ter empresas como a INB”, assegurou. OPERAÇÃO - A inauguração faz parte da primeira fase da implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, um projeto em parceria com a Marinha do Brasil, que visa à instalação de dez cascatas de ultracentrífugas na FCN. Quando estiver concluída esta etapa, será atingida a capacidade de 70% da demanda anual necessária ao abastecimento de Angra 1. A tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação foi desenvolvida no Brasil pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /CNEN). De acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção. AMPLIAÇÃO - A 2ª fase do empreendimento contemplará mais 30 cascatas de ultracentrífugas, fazendo com que a INB atinja a capacidade suficiente para suprir a demanda de urânio enriquecido para recarga das usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3.
20/01
carlos henrique