• Enem com a cara do governo Bolsonaro: desigual, branco, elitista e exclusivo

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    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    24/11/2021 - 14:00


    OPINIÃO

    - Havia uma suspeita em relação à prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021. Isso porque, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sinalizou ao cercadinho que o governo pretendia alterar o conteúdo da prova, o que o tornaria o certame “a cara do governo”. Mas a afirmativa do chefe do Palácio do Planalto, como sempre, não passou de uma bravata, embora temas como a pandemia do novo coronavírus e o Golpe de 64 não fizeram parte do escopo da prova. No entanto, apesar de bem elaborado, mesmo com a crise do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Enem de 2021 trouxe à tona a desigualdade social em que o Brasil está imerso. Portanto, se o Enem teve a cara do governo, foi por conta do menor número de inscritos da história, pela menor quantidade de negros entre os participantes, ou seja, o Enem de 2021 é majoritariamente branco e, por conseguinte, excludente. Um dos agravantes dessa triste realidade  educacional, diz respeito a falta de incentivos sociais por parte do Ministério da Educação. Vale lembrar que em governos passados, a taxa de inscrição era gratuita, bastando para isso preencher uma declaração de carência, benefício  este que foi eliminado já na gestão Temer. No Brasil da fome, da fila do osso, do desemprego em índice galopante e da volta da inflação de dois dígitos, a educação que deveria ser uma garantia constitucional, se tornou, mais do que nunca, um privilégio. 

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Sudoeste Bahia. 

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