• 500 mil mortes de um pesadelo que ainda está longe do fim

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    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    21/06/2021 - 07:50


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    - 500 mil mortes. 500 mil amores, 500 mil pais, 500 mil mães, 500 mil filhos, 500 mil irmãos, 500 mil amigas, 500 mil amigos, 500 mil sonhos, 500 mil corações. Nenhum termo linguístico é capaz de significar a dor dessa tragédia. Sorrir nesses dias está muito difícil. É muito difícil fingir que nada está acontecendo. Claro que eu estou falando de pessoas dotadas de sensibilidade e empatia, não destas que insistem em viver em seus mundinhos insignificantes. E sim! Estávamos errados. A pandemia não vai ensinar nada a essa gente. Essa gente mesquinha, ou como bem disse Cazuza, “essa gente careta e covarde”, que insiste em continuar aglomerando, em andar sem máscara, na festinha clandestina, no sítio do amigo, no churrasquinho na laje, enfim, são todos farinha do mesmo do saco, pois até o vírus evolui, mas esse povo não. É claro que todos nós temos a nossa parcela de culpa nessa marca macabra, pois vivemos em sociedade, e assim como todas as conquistas devem ser compartilhadas, as tragédias também devem ser divididas. Mas algumas pessoas têm mais responsabilidade do que outras, dado o poder de decisão que possuem. A Covid-19 no Brasil é fruto de uma gestão negacionista, que apostou em curas e tratamentos milagrosos, de um presidente que aglomera e incentiva que seu povo faça o mesmo. À medida que a CPI da Covid avança e joga luz sobre a realidade dos fatos, através de documentos e depoimentos, fica claro e cristalino que tudo poderia ter sido diferente. Diferente se a presidência da República respondesse aos e-mails da Pfizer, se houvesse empenho para aquisição de vacinas, se houvesse um discurso único que mobilizasse toda a nação e não somente os seus acólitos, se houvesse quadros competentes para gerenciar a crise e  não meia dúzia de incapazes  com repertório intelectual menor do que de um aluno do ensino fundamental ao não saberem a diferença entre vírus e protozoário. O pior que este pesadelo ainda está longe de acabar, mas a estes signatários da catástrofe, a história não os absolverá, não por vingança, mas por Justiça, pois o principal responsável por este morticínio tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. 

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Sudoeste Bahia. 

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