• Axé sobre o fim do mundo, “Eva” é, talvez, o maior hit do carnaval baiano de todos os tempos

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    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    14/02/2021 - 09:00


    DIVERSOS

    - É quase uma unanimidade de opinião que a música que não pode deixar de ser tocada em um dia de carnaval é Eva, que ficou imortalizada com a banda de mesmo nome, à época, liderada por Ivete Sangalo. Basta o primeiro acorde da canção, que começa com um riff de guitarra, e que vai crescendo até um clímax que se mantém do início ao fim da música, para que energias separadas se transformem em um único quantum. No momento de Eva, é a celebração de um ritual: os foliões largam de seus pares, então, beijos são interrompidos, o olhar disperso de quem não tem par se volta para o palco, os corpos são alinhados, e seguem o ritmo, o compasso das batidas de Eva, e a avenida se transforma numa catarse em que palmas intercaladas iniciam a libertação do corpo que se dá na hora do refrão: “eu sou Adão e você será… Minha pequena, Eva, o nosso amor na última astronave, além do infinito, eu vou voar [...]”, e as pessoas pulam para, de fato, alcançarem o infinito. Antes de uma música ser lançada, não se sabe o poder, o significado, nem muito menos o alcance que ela terá. No caso de Eva, ela foi regravada no Brasil pela banda de pop rock oitentista Rádio Táxi, em 1983, como sendo uma versão da música Eva, do cantor italiano Umberto Tozzi, que a gravou um ano antes. Apesar da alegria e da sensação de euforia que Eva transcende, a letra da canção retrata o fim do mundo, o apocalipse. Isso porque na década de 80, o mundo vivenciava os desdobramentos de um conflito não armado, envolvendo os Estados Unidos e a então União Soviética, que ficou conhecido como Guerra Fria, em que as duas potências dominavam a tecnologia envolvendo bombas atômicas. E foi justamente em uma possível guerra nuclear, que poderia extinguir a humanidade, que Tozzi se baseou para escrever a letra. E mesmo destoando da versão original, a versão brasileira não deixa de trazer os versos apocalípticos. “Afinal, não há nada mais que o céu azul pra gente voar sobre o Rio, Beirute ou Madagascar, toda a Terra reduzida a nada, nada mais, e minha vida é um flash (flash) de controles, botões anti-atômicos”, diz assim um trecho do hit em que fica nítido a retratação do fim do mundo por um grande hecatombe nuclear. Histórias à parte, o certo é que Eva, sempre que tocar em um dia de carnaval, irá trazer uma explosão atômica de êxtase e alegria ao coração do folião, fazendo da canção, se não, o maior hit do carnaval baiano de todos os tempos.

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