• Macaúbas: mãe denuncia caso de racismo contra filha: "macaquinha ridícula"

    Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal
    Por Willian Silva

    02/12/2020 - 16:56


    Jaqueline, mãe da vítima, conta que as falas racistas foram perpetradas pela companheira do seu ex-marido

    MACAÚBAS

    - No mês dedicado à Consciência Negra no Brasil, denúncias de racismo no país não faltam. Por mais que pareça coisa que só acontece em “cidade grande”, vários casos de discriminação com base na cor são relatados em cidades pequenas da Bahia, estado com maior número de habitantes miscigenados ou originários diretamente de povos escravizados. Dessa vez, chega à redação do Sudoeste Bahia um caso de discriminação por causa da cor da pele sofrida pela criança M.V, de apenas dois anos de idade. O caso ocorreu em 2019 na cidade de Macaúbas e agora a mãe de M.V, Jaqueline Oliveira relata ao site com muita tristeza pois tem o desejo de que a justiça seja feita.  Segundo Jaqueline, as ofensas contra a sua filha começaram a partir do momento que o pai de M.V se separou dela e atou um novo relacionamento com uma mulher chamada Crislene Gonzaga que, através de aplicativo de mensagem, chama a sua filha de “macaquinha ridícula”. De acordo com Oliveira, as ofensas também foram direcionadas a ela. “vadia, golpista, chifruda e rapariga” e que “acabaria com a vida das duas”. Essas informações constam em Boletim de Ocorrência (B.O) registrado por Jaqueline na Delegacia Territorial de Macaúbas em abril de 2019. De acordo com o Código Penal Brasileiro, Crislene pode ter incorrido no crime de injúria e difamação que tem como penalidade detenção de três meses a um ano e multa. Jaqueline conta que foi à Delegacia várias vezes por conta das inúmeras ofensas proferidas por Crislene contra ela e a sua filha. Segundo a mãe de M.V, Crislene, que é Assistente Social na Prefeitura de Ibipitanga foi convocada várias vezes para dar a sua versão dos fatos na Delegacia, porém a mesma não compareceu ao órgão. Jaqueline conta que foram feitas denúncias ao Conselho Regional de Serviço Social da Bahia (Cress/BA), porém o conselho profissional não se pronunciou até o momento. A Secretária de Saúde coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social (Cras)  também informou que não poderia fazer nada, já que as ofensas foram proferidas por Crislene ocorreram fora do local de trabalho. Questionada porque só agora resolver tornar publico essas denúncias, Jaqueline diz que “por que na sociedade onde vivemos, tem certas coisas que ninguém tá nem aí. E, eu sei que isso não acontece só com minha filha. E todos sabem que racismo é crime e se eu deixar isso passar eu vou tá (sic) cooperando pra que pessoas como ela cometam esse crime novamente.” E completa: “Que tipo de mãe eu vou ser se deixar isso passar? E quando minha filha crescer e ela souber que foi vítima de racismo e a mãe dela não fez nada? Quero que minha filha se orgulhe de mim por ter lutado e por não ter deixado isso passar. E quero que pessoas como ela paguem pelo crime que ela cometeu.” O outro lado - Procurada pela redação do Sudoeste Bahia, através de mensagens, Crislene Gonzaga não retornou as mensagens enviadas, mesmo diante da insistência da redação para que ela respondesse. Porém, até a edição desta matéria, ela não retornou as mensagens.

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