• Adiós, Dieguito!

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    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    25/11/2020 - 16:00


    ESPORTE

    - Morreu nesta quarta-feira (25), aos 60 anos, Diego Armando Maradona Franco, Dom Diego, Maradona ou apenas, Dieguito, como era chamado carinhosamente pelo povo argentino que nutria uma espécie de endeusamento pelo eterno camisa 10 da Seleção Argentina. Em 1,65m de pura genialidade, Diego encarnou no futebol a verdadeira figura do camisa 10 pelos clubes que passou. Maradona iniciou sua carreira brilhante no Argentinos, pequeno clube do subúrbio de Buenos Aires, aos 9 anos de idade. Aos 15 já disputava partidas por toda Argentina, o que lhe rendeu uma convocação  para a Seleção de seu país com apenas 17 anos. E o talento de Maradona não demoraria muito a ganhar toda a Argentina. Em 1979, o craque conseguiu a proeza de ser o artilheiro do Campeonato Argentino e, sagrou-se também, melhor jogador da América do Sul naquele ano, com apenas 19 anos de idade. Enfim, a carreira de Diego foi meteórica e a alcunha de gênio veste o talento do canhotinha de ouro como uma luva. Em campo, Maradona era uma mescla entre força de vontade e um inigualável talento com sua perna esquerda. Seus recursos eram vastos, dribles curtos, lançamentos, passes longos, arrancadas e giros que deixavam seus marcadores desnorteados. Maradona era um exímio cobrador de falta, batedor de pênalti e seus 1,65m não eram impeditivos para que o craque fizesse gols também de cabeça. O futebol de Maradona era aquilo que se podia chamar de arte, pois havia inspiração como poucas vezes vista dentro das quatro linhas: a plasticidade de seus movimentos se confundiam com objetividade em busca do gol e da vitória.

     

    Lance referente ao gol que ficou conhecido como
    Lance referente ao gol que ficou conhecido como

    Copa de 1986 

    Foi o triunfo do craque! Com jogadas excepcionais, Maradona seria condecorado com o título mundial pela alviceleste argentina, além de ter sido eleito o melhor jogador da Copa. E no torneio, Maradona fez uma verdadeira exibição de gala contra a Inglaterra, nação pela qual seu país  travou a Guerra das Malvinas. E foi exatamente neste jogo, marcado por tensão geopolítica, que Dieguito entrou definitivamente para rol dos deuses do futebol. Primeiro pelo seu gol feito com a mão, que ficou conhecido como “La Mano de Diós”, e segundo por um gol em que o craque arrancou do meio de campo, driblando todos os marcadores, até um drible rápido no arqueiro inglês, gol este que ficou conhecido como “O Gol do Século” e até hoje é considerado um dos mais bonitos da história das Copas do Mundo.

    Maradona e Fidel Castro. Foto: reprodução
    Maradona e Fidel Castro. Foto: reprodução

    Posição Política 

    Diego Maradona marcou também presença pelos seus posicionamentos políticos. Com inclinação ideológica de esquerda, Diego exaltava o simbolismo das figuras de Che Guevara e do cubano Fidel Castro. Nas últimas eleições argentinas, o ex-jogador foi apoiador ferrenho do então candidato e atual presidente Alberto Fernandez. No Brasil, Maradona era admirador do ex-presidente Lula, no qual se dizia ser um “soldado” do político brasileiro. 

    Vida pessoal 

    A vida do craque foi marcada por polêmicas fora de campo. Porém, o episódio mais infeliz, talvez, seja seu envolvimento com drogas ilícitas e também pelo abuso de álcool, o que o levou à internações em clínica de recuperação inúmeras vezes. 

    Adiós 

    Seres humanos extraordinários como Maradona nunca morrem. Eles se transformam em lendas, em verdadeiros mitos. No mais longínquo campo de terra em algum lugar da Argentina, da África do Brasil ou da Guiné, do Maracanã, Camp Nou e no Labombonera, Dieguito será sempre lembrado, reverenciado, mas nunca igualado.

  • Diego Maradona Luto Homenagem

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