• O toma lá, dá cá de Temer é coisa velha. Só os ingênuos se espantam

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    Por Levi Vasconcelos

    06/08/2017 - 07:08


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    Para pontuar: só se escandaliza com o toma lá dá cá do jogo federal quem não conhece os bastidores da mandinga. Sempre foi assim. Em 1997 Fernando Henrique Cardoso queria aprovar o direito da reeleição e dois deputados do Acre, Ronivon Santiago e João Maia, tiveram que renunciar porque numa gravação um deles confessou que ambos receberam R$ 200 mil agenciados pelo ministro Sérgio Mota, o Serjão, autor da célebre frase É dando que se recebe. Claro que com Temer isso ganhou visibilidade intensiva porque envolve o próprio num caso de acusação de corrupção. Mas apenas ele jogou o jogo de sempre, o mesmo jogo que Dilma não soube jogar. Em meados de 2014, na pré-campanha, Dilma nos deu uma entrevista no Hotel Pestana, a mim, pela Tudo FM, e a Mário Kertész, pela Metrópole. Era num tempo em que o PR pressionava para tirar César Borges, ex-senador baiano, do Ministério dos Transportes. Fim de entrevista, conversa informal com o então governador Jaques Wagner, surge o papo de César. Nos pedindo reservas, ela reagiu: — Você não vê que eu não vou tirar o César para atender um pedido de alguém que está preso na Papuda! Referia-se a Valdemar Costa Neto, o dono do PR, então preso na Papuda por conta do mensalão. Acabou atendendo. Hoje Dilma se gaba que não sabia jogar o toma lá dá cá de Temer. E é verdade. Por isso dançou com os mesmos atores da Câmara que agora absolvem Temer. Até o Brasil tomar jeito ainda há longa estrada a percorrer.

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