• 'Popularidade de Bolsonaro está em franco declínio', diz presidente do Vox Populi

    Foto: Sergio Lima | Poder 360 Foto: Sergio Lima | Poder 360
    Por Matheus Simoni

    28/05/2020 - 12:55


    Na avaliação de Coimbra, presidente está 'visivelmente enfraquecido' e deixou de ter o apoio popular

    POLÍTICA

    - Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra avaliou que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) está em franco declínio diante das ações do governo diante da crise política e sanitária na qual o país se encontra. "É difícil compreender como que nós saímos de onde estávamos, um país querido e respeitado no mundo inteiro, respeitado e que fazia seu dever de casa com as dificuldades naturais, e chegar a essa posição de uma espécie de país que é um pária internacional, ninguém respeita e ninguém valoriza, proíbe brasileiro de viajar e que as pessoas venham pra cá. Uma situação horrível", afirmou, em entrevista a Mário Kertész hoje (28), durante o Jornal da Metrópole no Ar da Rádio Metrópole. Ainda segundo o chefe do instituto de pesquisa, as intenções de Bolsonaro ficam cada vez mais clara. Para Coimbra, o presidente não avalia um projeto para unificar o país e só se preocupa em ampliar seu projeto de poder. "Os acontecimentos recentes mostram que Bolsonaro está perdendo o autocontrole. Isso tem a ver com a percepção de que está tudo dando errado para ele. Achou que ganhou aquela eleição, que tenho uma opinião muito crítica sobre aquela vitória dele, e que poderia partir para o abraço. Ganhou aquela, ganha a próxima e indica o sucessor lá na frente. Somos pessoas maduras o suficiente para lembrara quantas vezes apareceu alguém ou um grupo falando dos próximos 20 anos", declarou. "[Seu governo] está durando um ano e pouco e está visivelmente enfraquecido, perdendo legitimidade e apoio popular, muito antes do que aconteceu com os antecessores", acrescentou o representante da Vox Populi. Questionado por Mário Kertész sobre as semelhanças do atual momento com a ditadura militar, período exaltado pelo atual governo, Marcos Coimbra disse que o momento histórico não pode deixar de ser lembrado para evitar que seja repetido. "Eu vivi o período da ditadura e sei o que representa para o cidadão comum, não para o político de esquerda. A pessoa vive assustada, o filho pode ser preso por ter dado uma opinião contrária. Muita gente morreu e muita gente foi torturada. Quem tem essa memória tem a obrigação de lembrar dela para as outras pessoas. Hoje, o que basicamente segura é essa turma de generais que está com ele no Planalto. Não tem apoio no Congresso, não tem apoio nos meios de comunicação, a não ser três ou quatro órgãos de comunicação que fundamentalmente o apoiam em troca de apoio financeiro, e está com uma popularidade em franco declínio", disse. Coimbra lembrou dos anos em que os militares estiveram no comando do país e ponderou que, embora com viés autoritário, os presidentes do período ditatorial "sabiam o que queriam". "Tinha uma turma de intelectuais do Exército, da escola superior de guerra, gente que estudava o Brasil e tinha uma visão e uma proposta para o Brasil. Assumiram o governo através de um golpe para implantar um projeto deles. Qual que é o projeto dessa turma de Bolsonaro? Ficar lá. Não tem projeto nenhum. Você não ouve ou fica sabendo do que esses militares querem lá. Outro dia passaram uma portaria que permite acumular a remuneração de general com a de ministro. Obviamente é ilegal, existe uma coisa chamada teto de vencimento do serviço público", avaliou o sociólogo.

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