• Jovem de Tanque Novo desmente familiares, confirma sequestro e diz que foi levada à força para SP; ouça a entrevista

    Foto: Cledeilton Santos | Sudoeste Bahia Foto: Cledeilton Santos | Sudoeste Bahia
    02/01/2020 - 13:00


    CASO DE POLICIA

    A jovem disse que o sequestro foi arquitetado pelos pais e executado pelo namorado da irmã e outras pessoas. 

    Na tarde do último dia 19 de dezembro, a jovem Danieli Silva Santos, 19 anos de idade, foi raptada quando trabalhava em uma sorveteria situada na Praça Marques, no centro do município de Tanque Novo. Em contato por telefone com a nossa reportagem, o proprietário do estabelecimento comercial, Adalto, relatou na época que Danieli estava morando em sua residência desde que denunciou maus tratos da família, mas naquela tarde o namorado da irmã da jovem, na companhia de outras pessoas, invadiram a sorveteria, a surpreenderam e a colocaram a força dentro de um automóvel Fiat Palio de cor prata, fugindo em seguida sentido a BR-430 que dá acesso ao município de Igaporã. Apesar dos gritos de socorro e tentativa de resistência, não houve tempo hábil para que populares a ajudassem. A Polícia Militar foi acionada, mas não localizou a vítima e os acusados. Em nota divulgada nas redes sociais, a família de Danielle disse que o ato não foi um sequestro e sim “agiram na autoridade de pai e mãe, autoridade essa, dada por Deus, de ser pai e mãe”. No entanto, em entrevista ao Sudoeste Bahia, a jovem desmentiu os familiares, confirmou o sequestro e disse que foi levada a força para São Paulo, de onde conseguiu fugir e acionar a polícia daquele estado. Danielle contou que morou até os 17 anos com o pai e mãe, mas que sofria maus tratos, que eles pegavam dinheiro do seu trabalho (ela já era funcionária da sorveteria) e constantemente a ignoravam. Ela continuou o relato contando que passou a falar do assunto para Fabrícia, esposa de Adalto, pois tinha confiança e se sentia segura ao relatar os maus tratos. Diante da situação, o casal pediu aos familiares que a jovem fosse morar com eles e, segundo a jovem, a mãe autorizou, inclusive, dizendo que “poderia levar, pois tiraria um peso das costas dela”. Ela então foi morar com o casal e desde então seus pais nunca perguntaram se estaria bem ou precisando de algo. Porém, em 2019, os pais começaram a exigir visitas e que a jovem voltasse a morar na casa deles, mas ela se recusou, pois não se sentia bem na casa dos familiares e temia que novamente sofresse violência. Ela relatou ainda que os pais passaram então a ameaçar o casal e dizer que “acabaria” com o nome do comércio por eles mantido. A jovem disse que o sequestro foi arquitetado pelos pais e executado pelo namorado da irmã e outras pessoas. Ela disse ainda que foi levada de carro, inicialmente, para Campinas, à casa de familiares da mãe, e horas depois para uma casa em Indaiatuba, onde era mantida presa e constantemente ameaçada. Porém, no dia 30 de dezembro, após um descuido dos que a vigiavam, que saíram e deixaram um portão aberto, ela fugiu e em uma padaria pediu ajuda. Ela então ligou para Adalto que a orientou a procurar a polícia. Um boletim de ocorrência foi registrado e ela assistida por uma assistente social, que a manteve no abrigo até que Adalto a buscou em São Paulo. Até o momento, ela registou ocorrência na delegacia de Tanque Novo e os familiares não se manifestaram sobre o caso. Ouça a entrevista concedida pela jovem ao repórter Cledeilton Santos:

  • Tanque Novo

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