• Em depoimento, João de Deus nega acusações e defesa tenta desqualificar vítimas

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    Por Juliana Rodrigues

    17/12/2018 - 07:00


    JUSTIÇA

    Segundo o advogado do médium, a holandesa Zehira Lieneke, que fez uma das primeiras denúncias, era uma "prostituta" com "passado de extorsão"

    O médium João de Deus negou, em depoimento prestado ontem (16) à Polícia Civil de Goiás, qualquer tipo de culpa nos abusos sexuais dos quais é acusado. De acordo com ele, a regra era que as mulheres fossem recebidas coletivamente, e não em recintos individuais, como consta nos relatos das denunciantes. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a defesa do líder tentou desqualificar algumas das vítimas e deu a entender que elas não teriam credibilidade para acusá-lo. "Essa holandesa, estou recebendo informações, com um dossiê, de que tem um passado nada recomendável, o que pode descredibilizar sua palavra. Era uma prostituta e tinha um passado de extorsão", disse o advogado Alberto Toron, sobre a holandesa Zehira Lieneke. "O fato de ter sido prostituta, por si só, não a descredibiliza, mas é preciso ver o contexto da vida dessa mulher para ver se ela tem crédito ou não. Isso não fizemos ainda", acrescentou. Já sobre a filha do médium, que também o acusou de violentá-la, o advogado afirmou que ela já fez mais de um vídeo retirando as próprias acusações. "Fica difícil dizer o que acontece com ela. Tem histórico de internações", disse. O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, espera concluir os inquéritos sobre violências relatadas por 15 mulheres em 15 dias, quando será tomada a decisão sobre eventuais indiciamentos. Por enquanto, os crimes em apuração são os de estupro e posse sexual mediante fraude (usar a fé para obter sexo). Além dos casos sob análise da polícia, o Ministério Público recebeu mais de 300 relatos de abusos.

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