• Opinião: Quem nos salvará da violência no Brasil?

    Foto: Leitor Sudoeste Bahia | Via WhatsApp Foto: Leitor Sudoeste Bahia | Via WhatsApp
    Por Willian Silva

    14/05/2018 - 18:15


    DIVERSOS

    Num intervalo de 14 anos, o Brasil matou quase 800 mil pessoas

    Nos últimos dias, quem tem acompanhado as redes sociais e os sites noticiosos, observa-se a crescente onda de violência assolando o Brasil. Você pode até dizer que não é algo novo a questão da violência em nosso país. A Terra Brasilis vive isso desde 1500 quando Cabral e sua esquadra desembarcaram no país e violentaram de todas as formas possíveis os seus verdadeiros moradores, os índios. Mas a violência tem se tornado generalizada em seus piores aspectos e, a cada dia que passa, se torna algo impossível de ser contido. Os números no Brasil assustam, no quesito morte, seja ela por qualquer circunstância. Segundo o jornal espanhol “El País” o Brasil mata mais que a guerra na Síria. Segundo o diário madrileno “entre 2001 e 2015 houve 786.870 homicídios, a enorme maioria (70%) causados por arma de fogo(...) Desde que começou o conflito sírio, em março de 2011, morreram 330.000 pessoas.” Outro fato a ser colocado em questão é o caos que o Rio de Janeiro está mergulhado até o pescoço com a questão da segurança pública. Há uma intervenção federal acontecendo no estado, mas pouco efeito prático tem se visto. Com um canal no Youtube, a Factual RJ, registra o dia a dia dos moradores do Rio que convivem com a violência e tiroteios diários, principalmente nas favelas cariocas. Só este ano, segundo o Estado de Minas, até o dia 12 de Maio, já foram mortos 47 policiais no Rio, sem falar nos incontáveis inocentes que perdem a vida naquela que já foi considerada – na voz de Aurora Miranda, irmã de Carmem Miranda – a “Cidade Maravilhosa”. Há pouco tempo, acreditava-se que a região da Serra Geral, na Bahia, que envolve cerca de 20 municípios, era segura e tranquila. Segundo um levantamento feito pelo portal Folha do Vale, só nos primeiros cinco meses de 2018, em Guanambi, a cada nove dias, uma pessoa é morta. Até o momento foram 13 homicídios. Destes apenas dois não tinham ligação com tráfico de drogas ou similares. Na última sexta-feira (11), um adolescente de apenas 17 anos, foi morto em Caetité por um “tribunal”, nos quais os seus “juízes”, praticamente todos da mesma idade – entre 15 e 17 anos –, “julgaram e condenaram”, segundo sua lei, à uma execução sumária de forma cruel o adolescente acima citado. Em suma, o que temos hoje em nosso país é a falta de capacidade dos governantes em gerir a violência que cresce em todos os sentidos. Muito mais por mortes com armas de fogo. Políticas públicas com maior investimento em educação e geração de emprego e renda, seriam algumas das políticas a serem, em primeiro lugar, estabelecidas. Por outro lado, um melhor aparelhamento e treinamento da Segurança Pública traria também resultados a médio prazo. Cabe ressaltar que, não citamos aqui a violência contra homossexuais, crianças, idosos, mulheres, moradores de rua e, sobretudo contra os negros. Se juntarmos todos e colhermos os números por cada um deste acima citados, as estatísticas seriam ainda mais estarrecedoras.

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