• "Eu quero falar, eu vou falar", diz Eduardo Cunha a advogados

    Foto: Guilherme Artigas | Fotoarena Foto: Guilherme Artigas | Fotoarena
    21/10/2016 - 08:12


    JUSTIÇA

    O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) afirmou, na quinta-feira (20/10), a seus advogados que está disposto a prestar informações para colaborar com as investigações da Operação Lava-Jato. "Eu quero falar, eu vou falar", teria afirmado o ex-presidente da Câmara, de acordo com informações do Valor. A reportagem destaca que a intenção inicial de Cunha seria de depor sem fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Os defensores de Cunha, no entanto, o alertaram para as implicações decorrentes da confissão fora de uma colaboração. Processado por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-deputado está sujeito à uma sentença que, em tese, pode ultrapassar 20 anos, caso o juiz federal Sergio Moro opte por condená-lo às penas máximas previstas pelos delitos a que responde. Ainda de acordo com o Valor, Cunha já foi informado por seus advogados de uma exigência da qual o MPF não abre mão para começar a conversar sobre um eventual acordo, caso haja interesse por parte dos procuradores: ele terá de concordar com o cumprimento de um período mínimo de três anos, em regime fechado, se de fato passar à condição de delator da Lava-Jato - e o acordo for homologado. A reportagem destaca que desde que foi preso, Cunha teve rompantes de raiva durante as conversas com os advogados. Ele disse repetidas vezes que quer entregar o que sabe sobre supostos ilícitos que envolveriam Moreira Franco, secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos e figura importante do governo do presidente Michel Temer. Ainda segundo a reportagem, em outro momento de explosão Cunha teria dito aos advogados que dispõe de informações para "arrebentar" com parte do setor privado, e mencionou a ocorrência de irregularidades que envolveriam as áreas de telefonia, portos além de problemas na edição de medidas provisórias - suspeitas de irregularidades em MPs editadas nos governos Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva já são investigadas pela Operação Zelotes e pela própria Lava-Jato.

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