• Pesquisa revela que brasileiros ignoram riscos da perda auditiva

    25/11/2015 - 19:01


    SAÚDE

    Cerca de 800 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda auditiva. Estima-se que este número alcançará 1,1 bilhão até o final de 2015 – aproximadamente 16% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde. No entanto, mesmo com grande incidência, o problema é desconhecido por grande parte da população, que ignora causas, sintomas e até mesmo maneiras de prevenção. É o que revela pesquisa encomendada pela MED-EL, empresa austríaca líder mundial no mercado de soluções auditivas, realizada em cinco capitais brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo). A pesquisa mostrou que a população, em geral, não tem consciência sobre a perda auditiva e suas consequências. O estudo apontou que vários aspectos referentes ao problema são pouco identificados ou reconhecidos, principalmente por falta de conhecimento e informação. Os dados apontam que a conscientização é maior entre pessoas com mais idade, que normalmente já sofrem com o problema, não tendo tempo para adoção de medidas preventivas. Mais da metade dos entrevistados não busca conhecimento sobre a saúde auditiva (57%). Dos que têm interesse nesse tipo de informação, 36% se "auto" informa na internet, via ferramentas como o Google. A informação sobre saúde auditiva acessível na internet, muitas vezes, é incompleta ou até mesmo incorreta.“Muitos conteúdos médicos disponibilizados na web são vazios e inconsistentes. A recomendação é sempre buscar um profissional qualificado, seja para prevenção ou quando houver alguma anormalidade”, aponta Marilia Botelho, fonoaudióloga especialista em Audiologia e gerente de produtos da MED-EL no Brasil.

    Além disso, 64% dos entrevistados não sabe como prevenir a doença. Mesmo entre aqueles que afirmam conhecer os caminhos para a prevenção, notou-se que ainda existe um grau elevado de desinformação. Para 59% deles, prevenir é apenas uma questão de evitar a exposição ao barulho e, para 47%, a adoção de protetores auriculares é a melhor opção. Apenas 22% consideram os exames auditivos como medida preventiva fundamental, demostrando, mais uma vez, que a figura do médico é negligenciada pela população. O estudo traz outro dado preocupante, metade da amostra (50%) afirmou procurar um médico apenas quando apresenta alguma dificuldade em ouvir ou entender as pessoas, sinal de que já existe algum nível de perda auditiva. Outros 17% dos entrevistados procurariam um especialista somente se não conseguissem ouvir absolutamente nada. Em relação aos sintomas, 60% dos entrevistados afirmou reconhecer os sinais em adultos, no caso de crianças esse percentual é um pouco menor, 48%. No primeiro caso, os elementos de identificação são mais físicos, como a dificuldade em entender o que é dito, necessidade de falar muito alto, escutar TV ou rádio em volumes elevados. Já nas crianças, os sinais mais frequentes de dano auditivo são comportamentais como busca de contato visual para se comunicar e isolamento, por exemplo. “Se ouvir vozes masculinas com dificuldade e tem a sensação de que essas vozes parecem femininas, se em uma conversa parece que todos estão murmurando ou sente incômodo por barulhos altos, são alguns dos sinais de que uma pessoa tem uma perda auditiva.” explica a fonoaudióloga especialista em Audiologia. O tratamento para a perda auditiva também é pouco conhecido, 61% dos entrevistados não conhecem as possibilidades disponíveis. A maioria da população também desconhece que para cada tipo de perda auditiva, existe um tratamento específico. Dentre as opções disponíveis no mercado, estão desde osaparelhos auditivos, que amplificam os sons e otimizam a qualidade das informações; os implantes cocleares, dispositivos também chamados de “ouvido biônico” que estimulam as fibras neurais da cóclea permitindo ouvir os sons; até osimplantes de ouvido médio, o qual transformam o som em vibrações mecânicas que estimulam diretamente as estruturas do ouvido médio. Jovens que ficam expostos a altos volumes por um longo período são um grupo de risco para o desenvolvimento do problema, como é o caso de 54% dos entrevistados, na faixa entre 18 e 25 anos, que revelam se submeter voluntariamente a situações de sons altos por mais de 4 horas/dia em suasatividades de lazer e 34% ficam mais de 8 horas com fone de ouvido no volume alto.

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